19 fevereiro, 2015

Cadence Franklin

Cadence

Um leitor chamou-me a atenção para a Cadence, uma marca norte-americana baseada em Filadélfia que em vez de se por a inventar uma “back story” colorida assume de forma frontal as suas origens – algo que aprecio bastante. O que distingue a marca é a conjugação de um design cuidado e elegante conjugado com preços que até agora só encontrei em relógios de plástico (e mesmo assim…). O modelo da foto chama-se Franklin e custa (preparem-se…) apenas 30 (!) dólares.

Sim, leram bem – menos de €30. A marca vende a partir do seu próprio website e mesmo com portes ($8,99 para Portugal) e imaginando que iremos ter de pagar desalfandegamento, IVA e sabe-se lá que mais à entrada da fronteira, o resultado será sempre um relógio muito mais barato do que o seu aspeto sugere.

O que temos então por este preço? A Cadence garante que o movimento, obviamente de quartzo, é um fiável Miyota 2035 e o resto da execução parece-me mais do que correta não só para este preço, mas até para preços muito superiores. A caixa (com 42mm de diâmetro), o fundo e o bisel são em aço inoxidável; a bracelete, em pele, tem também fivela também de aço; e o vidro do mostrador é mesmo mineral e não plástico, como seria de supor numa peça tão barata.

Existem mais variações deste relógio, às quais a Cadence resolveu distinguir com diferentes designações: um modelo com caixa e mostrador dourado, particularmente horrível (para o meu gosto, claro), chama-se Brixton e custa os mesmos 30 dólares; uma variante com mostrador e caixa iguais mas bracelete em aço chama-se Bensen e custa mais 10 dólares; mais 10 dólares, para um total de 50, pagam o modelo Winston, com caixa e bracelete em aço com revestimento a PVD negro.

É óbvio que estamos na presença de um relógio que, se e quando avariar, vai para o lixo (mesmo que esteja na garantia, o custo de o devolver ao fabricante não compensa), mas pelos preços que a marca pede, este é um risco que vale a pena correr.

Sinceramente, se está no mercado à procura de um relógio elegante para usar em ocasiões formais mas não quer gastar muito dinheiro, é difícil pensar em algo que possa bater esta proposta. Se mandar vir um para si, depois conte-nos como foi! :-)

17 fevereiro, 2015

Christopher Ward C65 Trident Classic

CW c65 Trident

Os leitores deste blog já conhecem a minha predileção pelos relógios da Christopher Ward, uma jovem empresa britânica que conseguiu rapidamente conquistar um merecido lugar ao sol no competitivo mundo da relojoaria. Este C65 Trident Classic é um excelente exemplo da filosofia da marca: estética elegante e intemporal, materiais nobres – incluindo mostrador com vidro de safira de 4mm – e movimento suíço, neste caso um Sellita SW-200-1, um dos mais usados clones helvéticos do reputado ETA 2824-2.

No contexto da gama Christopher Ward, este é um dress watch que vai buscar elementos à coleção de mergulho Trident bem como à mais clássica Malvern. O resultado é interessante, até nas características técnicas, pois a marca garante uma estanquidade de 150 metros, um valor que está alguns furos abaixo do que esperamos de um relógio de mergulho mas bastante acima do que encontramos habitualmente num relógio mais elegante e formal.

A caixa em aço inoxidável tem um diâmetro de 42mm e o mostrador exibe um padrão ondulado – o mesmo usado nos relógios da coleção Trident – bem como índices em níquel aplicados e revestidos com Superluminova. Outros motivos marinhos podem ser encontrados na base do ponteiro do segundos e, claro, nos ponteiros sobredimensionados, típicos dos relógios de mergulho.

A marca dotou este modelo do fecho “Bader” que utiliza também nos seus modelos mais caros com bracelete em pele.

O relógio tem um PVP de £499 a partir do website da marca. É um valor que fica perto do que a Tissot pede por relógios semelhantes, o que se justifica perante o nível de execução e demonstra bem o estatuto que a marca britânica conseguiu num tão curto espaço de tempo.