30 março, 2015

Junkers 6152-20KH

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O relógio Junkers 8152-20KH é uma série especial que assinala os 20 anos e as 20.000 horas de voo da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha Portuguesa.
Criado pela Junkers e pela SRI, empresa que representa a marca alemã em Portugal, o relógio foi produzido numa série numerada e limitada a 50 peças, das quais estão disponíveis apenas 15 unidades para venda ao público. Os restantes relógios foram já entregues aos militares da Esquadrilha de Helicópteros numa cerimónia realizada recentemente na base aérea do Montijo.
A SRI diz que a Junkers foi uma escolha natural para estes relógios, uma vez que é uma marca associada a um dos grandes pioneiros da história da aviação, o engenheiro e inventor Hugo Junkers, responsável pela criação de algumas das mais emblemáticas aeronaves de sempre.
Para esta série limitada foi montada uma coroa específica e produzida uma decoração especial do mostrador, alusiva aos 20 anos e 20.000 horas de voo da esquadrilha de helicópteros, e para o movimento foi selecionado o calibre suíço ETA 2824-2, lendário pela sua precisão e fiabilidade – valores que também associamos à Esquadrilha de Helicópteros. Trata-se de um movimento de alta precisão, com 25 rubis e que funciona a 28.800 alternâncias/hora (4 Hz), montado numa caixa de titânio de acabamento acetinado com 42 mm de diâmetro e vidro de safira.
O mostrador foi personalizado e inclui inscrições alusivas à Esquadrilha de Helicópteros e às 20.000 horas de voo, nas posições das 12, 9 e 6 horas, em branco e com as cores da bandeira portuguesa.
O Junkers 8152-20KH está disponível desde já na rede de agentes da SRI e no Museu do Relógio, por um preço sugerido de 515 euros.

27 março, 2015

Seiko 5 SRP5xxK1

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Os Seiko 5 são, desde há mais de 50 anos, uma das melhores formas de aceder a um relógio automático de qualidade por muito pouco dinheiro.

Criado em 1963, o conceito Seiko 5 integra cinco principais características (daí o seu nome) provenientes do movimento e da caixa: corda automática, dia e data exibida numa só janela, resistência à água, coroa na posição das 4 horas (posição que entretanto passou para as mais convencionais 3H00 na maioria dos modelos) e uma caixa e pulseira/bracelete duradouras.

Desde então que os Seiko 5 se tornaram extremamente populares na gama da marca japonesa, tendo dado origem, ao longo dos anos, a centenas de diferentes modelos – ainda hoje é possível encontrar dezenas de variantes, entre os modelos desportivos, militares, de mergulho ou simples dress watches.

O que provavelmente não sabiam é que os modelos mais recentes já não são tão simplistas como no passado, designadamente os que incluem o movimento com a referência 4R36, que adiciona às funcionalidades de base do calibre (automático com dia e data às 3H00) duas outras cobiçadas funções que tornam a sua utilização mais prática: corda manual e paragem de segundos. A reserva de marcha é de 41 horas.

A vantagem da corda manual é a possibilidade de, se deixarmos o relógio parar (por falta de uso, fazendo com que o rotor do movimento automático não cumpra a sua função), podermos rapidamente criar reserva de marcha sem termos de estar a abanar o relógio para usar lhe dar corda com o rotor. Já a paragem de segundos (“hacking seconds”) facilita o acerto da hora: ao puxarmos a coroa para fora, o ponteiro dos segundos para na posição em que esteja, permitindo acertar a hora livremente, só voltando a mover-se depois de termos empurrado a coroa para a sua posição normal.

Há já imensos modelos diferentes baseados no novo movimento SR46, mas para este artigo escolhi o que tem a referência SRP513K1, o qual pode ser encontrado online por menos de €200 (o preço na Amazon UK ronda as £150).

Trata-se de um relógio da gama Explorer com uma caixa em aço com 42mm de diâmetro e resistência à água de 10 atmosferas (100 metros). Além deste, existem mais 6 variantes, com diferentes braceletes e cores de caixa e mostrador.

O desenho do mostrador agrada-me particularmente, com a sua tripla escala: 12 horas, 60 minutos/segundos e escala “militar” de 24 horas no bisel exterior. O preço, como já indiquei, é inferior aos €200, o que me parece perfeitamente justo dada a qualidade aparente e a execução do conjunto.

25 março, 2015

Swatch Sistem Black review

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Os meus leitores já perceberam que gosto muito de relógios mas que a maioria dos meus artigos são na verdade apreciações subjetivas de peças que, vistas à distância de uma montra ou de uma página Web, me parecem interessantes.

De vez em quando, faço um teste, mas é raro. Primeiro, porque a minha coleção de relógios e limitada (e quando faço um teste é a partir da experiência de utilização de um dado modelo que possuo) e depois porque o tempo também não abunda – é mais fácil e rápido fazer um dos artigos habituais sempre que tropeço num relógio que me agrada do que um artigo mais aprofundado sobre uma experiência de utilização.

Este caso é uma exceção porque tive acesso a este relógio em particular – a minha filha comprou-o há uns meses – e porque senti, depois de o poder observar mais de perto e mexer efetivamente nele, que este é um daquele casos que vale a pena chamar os bois pelos nomes, evitando que os meus leitores gastem dinheiro em algo que não é o que parece.

Mas primeiro, um pouco de história. Lembro-me do primeiro Swatch mecânico até porque na altura pensei em comprar um: foi em 1992, a propósito da cimeira do Rio de Janeiro. Chamava-se, apropriadamente, Time to Move (referência SAK 102) e vinha equipado com um movimento ETA 2842, criado especificamente para ser barato de produzir, de forma a poder ser integrado em relógios de baixo preço.

O gesto da Swatch foi simbólico e significativo. Uma marca conhecida pelos seus relógios de quartzo – tecnologia que obriga à utilização de uma pilha – aproveitava um importante fórum mundial para juntar a sua voz às dos que pediam mudanças na forma de ver o mundo de uma forma sustentável com um relógio que usava um (ecológico) movimento mecânico automático.

Seria no entanto necessário esperar até 1997 para que a Swatch oferecesse uma gama completa de relógios baseados em movimentos mecânicos automáticos. Até há bem pouco tempo, esta era uma poucas formas de podermos ter um relógio mecânico suíço – com caixa em aço! – por cerca de 150 euros, como de resto salientei num artigo anterior.

O Sistem 51


Mas se o movimento de quartzo criado para os Swatch originais foi pensado de raiz para este relógio (um movimento produzido industrialmente e em massa, na Suíça, com poucas peças móveis, mas barato e fiável), o ETA dentro dos seus modelos automáticos nunca foi mais do que uma simplificação de um movimento já existente no sentido de o embaratecer o suficiente para que pudesse dar origem a modelos com “preços Swatch”.

Ao apresentar na feira de Basileia, em 2013, o Sistem 51, a Swatch desvendou um projeto em tudo similar ao que deu origem aos primeiros relógios da marca: um movimento – desta vez, automático – concebido de raiz a pensar na poupança de custos de produção mas capaz, pelo menos teoricamente, de se bater de igual com movimentos automáticos muito mais caros.

Tal como o movimento de quartzo criado pela Swatch nos anos 80, também este movimento (referência ETA C10111) foi pensado para ser totalmente produzido e montado de forma automática, sem intervenção humana, a única maneira de garantir um baixo preço de venda ao público.

Além disso, a marca conseguiu ainda o bónus de oferecer uma reserva de marcha de 90 horas – cerca do dobro dos movimentos automáticos tradicionais, que andam entre as 40 e as 50 horas e marginalmente superior até ao Tissot Powermatic 80!

O Swatch SUTB400


O Swatch Sistem Black pertence ao grupo de relógios do lançamento do Sistem51 que inclui ainda os modelos RED, BLUE e WHITE. De todos eles, o Black é o que constitui melhor negócio porque, apesar de ser do mesmo preço de todos os outros, é o único que tem bracelete em pele.

Mas na verdade, o preço é o primeiro sinal de alarme para este nova gama: €135 é um valor não muito distante dos relógios da gama Swatch Irony, em aço (incluindo bracelete no mesmo material), com movimento automático e mostrador de vidro. E aqui estamos a falar num relógio totalmente produzido em “plástico verdadeiro”…

Quanto ao resto. Há algumas coisas que me agradam no Sistem Black e que são comuns aos restantes membros da gama. A primeira é o tamanho do relógio: os 42mm da caixa são um pouco maiores do que é habitual na Swatch, mas isso é uma coisa boa.

Outro aspeto interessante é a forma como foi implementado o rotor que permite a manutenção da reserva de marcha, o qual consiste num círculo em material acrílico que é apenas metálico num anel exterior. O resultado é um rotor que parece flutuar como que por magia e que pode ser observado através do fundo da caixa, em plástico transparente. E, claro, temos depois a generosa reserva de marcha de 90 horas, que temos de admitir ser um verdadeiro tour de force num movimento criado para ser barato.

Infelizmente, o que me agrada no relógio fica-se por aqui. Talvez seja uma questão geracional, mas se não teria problemas em usar um Irony ou até mesmo um despretensioso Swatch de quartzo, aqui tudo me parece desproporcionado: preço demasiado elevado, plástico demasiado abundante (com a exceção, neste modelo em particular, da bracelete em pele) e um conjunto demasiado leve – gosto do peso adicional de um relógio mecânico face aos de quartzo.

Eu sei, eu sei… No final do dia é apenas um Swatch. Talvez seja um problema criado pela própria marca, cuja máquina de marketing criou – pelo menos em mim – demasiadas expectativas. Só que, até agora, o “Swiss Made” num Swatch sempre me pareceu perfeitamente adequado face a tudo aquilo que o termo pressupõe: qualidade, precisão, fiabilidade, tradição…Nada disso são valores que consigo associar a estes novos Sistem51, talvez porque uma coisa é criar um movimento de quartzo barato e fiável numa fábrica que os produz aos milhares sem intervenção humana e outra é fazer o mesmo com um movimento mecânico automático.
Especialmente quando descobrimos, pela mãos de quem sabe, que o que nos contaram sobre o supostamente “revolucionário” movimento está nos antípodas da verdade.

Em utilização corrente, a sensação não é melhor. É verdade que temos aqui possibilidade de criar reserva de marcha pela manipulação da coroa, coisa que não conseguimos em movimentos automáticos mais baratos – caso dos populares Seiko 5 – mas desengane-se quem espere paragem de segundos para facilitar o acerto. Pior, ao puxarmos a coroa sentimos que tudo se move um pouco mais do que devia, sentimos onde faz realmente falta ter sido gasto dinheiro, sentimos onde é que foram poupados os Francos Suíços…

O veredicto? Até pode ser que esta seja uma forma de trazer para a relojoaria mecânica uma nova geração de entusiastas mas pessoalmente prefiro gastar 150 euros num relógio como movimento de quartzo suíço de outra marca qualquer do que 135 euros nisto.

Aliás, é pior ainda: por este preço, prefiro um relógio com movimento automático japonês… ou até mesmo chinês: pelo menos sei que é uma imitação de um movimento suíço e que, se for preciso, até é reparável. Que é mais do que podemos dizer deste Sistem51.

23 março, 2015

Casio EQB-510D-1AER

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A Casio é uma das nossas marcas B3 preferidas, sobretudo entre os modelos que encontramos na gama Edifice. A empresa japonesa tem sabido estar à altura das tendências – desde a ressurreição dos seus clássicos modelos de quartzo digital até à conectividade com smartphones.

É o caso deste modelo, que integra conectividade Bluetooth 4.0 LE para alargar as suas funcionalidades quando na presença de um smartphone Apple ou Samsung.

Entre outras funcionalidades, esta ligação permite automaticamente o acerto de hora e de fuso horário (em 300 cidades do mundo), o acerto igualmente automático do calendário e, além disso, uma vez emparelhado avisa o seu proprietário caso este se afaste demasiado do seu smartphone.

Outras funções incluem dia e data, indicador de segundo fuso horário através de sub-mostrador independente e alarme. O movimento, de quartzo, é alimentado por bateria e célula solar.

A caixa, de 48mm de diâmetro, é em aço – o mesmo acontecendo com a bracelete – e tem uma resistência à água de 10 atmosferas (100 metros) mas o vidro usado para o mostrador é mineral e não de safira.

Uma busca online permite concluir que o preço ronda os €200.

20 março, 2015

Christopher Ward C9 5 Day Automatic

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O mundo da relojoaria é, nalguns casos, comparável ao dos automóveis: existe uma infinidade de marcas e modelos, mas o mesmo não é verdade no que diz respeito aos motores, os quais são usados – por vezes apenas com algumas variações – em diferentes produtos.
O mesmo acontece com os relógios. Os “motores” aqui, são os movimentos e estes são efetivamente em muito menor número que os relógios onde são montados. Por isso, sempre que surge um movimento novo, o mundo da relojoaria toma nota.
É o caso do calibre SH21 da empresa inglesa Christopher Ward, que encontramos nos novos C9 5 Day Automatic, disponíveis em versões de 40mm e 43mm em diversas variantes consoante a cor do mostrador e da bracelete, incluindo versões totalmente em aço.
Há várias razões para apreciar este novo C9, mas a principal é de facto o novo movimento, desenvolvido in-house pelo jovem mestre relojoeiro alemão Johannes Jahnke. Extremamente preciso – os novos C9 que o incorporam são, na realidade, cronómetros com certificação COSC – este movimento tem uma reserva de marcha de nada menos do que 5 dias, conseguida através da utilização de tambores de corda duplos.
Na presente forma, é um movimento high beat (28.800 a/h) de 31 rubis com data às 3H00 mas, ao que tudo indica, foi criado de forma a poder evoluir futuramente através de módulos que ofereçam mais complicações, desde um segundo fuso horário até funções de cronógrafo.
O facto de tudo isto ser feito por uma pequena empresa como é a Christopher Ward é bastante impressionante e demonstra o quanto os seus responsáveis encararam a entrada no mundo da relojoaria com seriedade e propósito.
Mas de regresso ao C9 5 Day Automatic. Trata-se, como a imagem sugere, de um elegante dress watch cujo mostrador utiliza uma conjugação discreta de numerais romanos às 12H00 e 6H00 com índices nas restantes posições horárias.
A caixa, em aço inoxidável 316L, utiliza vidro de safira com revestimento antirreflexo tanto no mostrador como no fundo roscado, para exibição do movimento.
O resultado, belíssimo, está longe de ser barato (£1.375, mais portes) mas também não é excessivo tendo em conta a nobreza do movimento e o nível da execução e do acabamento.

18 março, 2015

MTM Special Ops Silver Air Stryk

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A esmagadora maioria dos relógio de que aqui falo são claramente concebidos para um público masculino. Isto tem a ver com o facto de es crever sobretudo sobre relógios de que gosto e que me imagino a comprar e/ou usar, mas também porque é para os homens que se destina a maior parte das criações da indústria relojoeira – os relógios destinados às mulheres tendem a cair nos grupos da joalharia (relógios com metais preciosos e/ou ornamentação elaborada) e dos “fashion watches” produzidos por empresas ligadas ao mundo da moda. Há exceções, mas são poucas e servem sobretudo para confirmar a regra.

Vem isto a propósito deste modelo da MTM Special Ops, uma empresa que, como tantas outras, desenha relógios exclusivamente a pensar nos homens e que fez dessa sua abordagem toda uma filosofia de relógios machos com sugestões militares e aventuras extremas (a história da marca sugere que foi criada por ex-militares e que os seus primeiros relógios tinham as forças armadas como principal cliente-alvo)

O resultado são relógios/instrumentos em que a função se sobrepõe à forma, muito embora o desenho final seja suficientemente interessante para apelar a um mercado bem maior do que o mundo castrense.

Os produtos da MTM não são muito baratos, mas considero que alguns modelos ainda caem sob a alçada do conceito B3, sobretudo os que não excedem os 3 dígitos de preço. É o caso deste Silver Air Stryk. Por menos de €900 (o PVP de referência é de 900 dólares) temos um relógio com um movimento suíço ana-digi (que conjuga funcionalidade analógicas e digitais) de proveniência desconhecida num caixa em aço de 43mm de diâmetro e resistência à água “a sério”: 200 metros (20 atmosferas) e coroa de rosca.

As funcionalidades são as que se esperam num movimento deste tipo e incluem cronógrafo, duplo fuso horário e alarme. Os índices e ponteiros têm tratamento com Superluminova e os ecrãs LCD são retro-iluminados.

A execução inclui vidro de safira com tratamento anti-reflexo, caixa em aço com acabamento mate escovado e bracelete em borracha. O relógio é vendido numa “dry box” e a marca oferece uma garantia de 3 anos.

16 março, 2015

Timex Intelligent Quartz 3GMT

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Não é preciso ser um perito de relojoaria para sabermos que um Timex não é propriamente um relógio para toda a vida. Contudo, modelos como este Inteligent Quartz 3-GMT fazem-me esquecer a prudência e pensar seriamente em alargar os cordões à bolsa.

O modelo da foto é uma variante com bracelete em pele e caixa em aço com revestimento PVD negro (referência T2P427ZA) que custa €169. A variante com caixa e bracelete em aço (referência T2P424ZA) custa apenas mais €10. E uma variante com caixa em aço sem acabamento especial e bracelete em pele tem o preço de referência no website alemão da marca de €159.

As informações sobre o relógio não abundam, nem sequer no website da Timex, mas depois de muito esgravatar lá consegui confirmar o diâmetro da caixa, que é de 47mm. A estanquidade, interessante para um relógio deste preço, é de 10 atmosferas (100 metros). O relógio possui também tecnologia “Indiglo”, a qual ilumina todo o mostrador para visibilidade noturna.

O nome “3-GMT” vem da funcionalidade do relógio em oferecer três fusos horários diferentes. O primeiro fuso horário é indicado pelo habitual ponteiro de horas adicional (que na foto surge na posição das 5H00). O movimento por si só não permite mais do que isto, mas a Timex dotou a caixa de um bisel rotativo com uma escala de 24 horas, através da qual podemos assim definir um terceiro fuso horário. Na posição das 3H00 temos ainda uma janela de data.

O resultado, quer em termos estéticos quer de funcionalidade, é muito do meu agrado e os preços indicados pela marca, não sendo particularmente baratos para um Timex, parecem-me ajustados em função do que aqui é oferecido.

13 março, 2015

Panzera F47-01D Arado

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Panzera é uma marca que vem da Austrália – provavelmente um dos últimos países que associamos à relojoaria… – e que nos oferece alguns modelos bem interessantes e, mais do que isso, que são puros B3.

É o caso deste F47-01D Arado, que a empresa apresenta sem pudor como “um clássico relógio alemão de piloto com 47mm” e que é baseado no clássico design "Baumuster A" utilizado nos modelos produzidos na Alemanha para os seus pilotos entre 1940 e 1941.

O desenho do mostrador é especialmente bem conseguido, com numerais e índices de grande legibilidade, dois sub-mostradores às 12H00 e 6H00 para visualização da reserva de marcha e dos pequenos segundos, respetivamente, e data às 3H00.

A caixa em aço que, como já vimos, tem 47 mm de diâmetro, possui fundo em vidro para observação do movimento mecânico automático. Este é de origem chinesa, um Hangzhou PZ-2BA0, o que justifica o preço incrivelmente baixo do relógio (apenas €325 + IVA). Para compensar a eventual desconfiança na fiabilidade da máquina, a marca compensa com a paz de espírito de uma garantia de dois anos – pouco habitual fora da Europa, onde a norma é de um ano.

A Panzera propõe um total de seis variantes da série Flieger 47 que inclui o F47-02D Wulf, com caixa em PDV negro e um preço apenas um pouco mais elevado (€350), bem como o F47-07D Dornier, com plaqué em ouro rosa, ao mesmo preço.

Esta interpretação dos modelos flieger da Segunda Guerra Mundial parece-me particularmente feliz e o preço pedido pela Panzera, possibilitado pela utilização do movimento oriental, é especialmente atrativo. Vou ficar atento…

06 março, 2015

Vostok Europe Mriya Multifunctional


A Vostok-Europe entrou em 2015 com o pé direito, com uma nova coleção, designada Mriya – em rigor, "Mriya-2", uma vez que a marca teve, há muito tempo, uma coleção completamente diferente mas com o mesmo nome.
Apesar de a marca colocar a ênfase sobretudo nas variantes equipadas com o movimento cronógrafo automático Seiko NE88, é a variante baseada no movimento ISASwiss 9515 "synchronized anadigit" que considero ter sido esteticamente mais bem conseguida.
O problema é que a caixa de 50 mm de diâmetro criada pela Vostok Europe para as três variantes desta série (a terceira é um "três ponteiros" com data baseada no movimento Seiko NH35A) não parece ter sido ideal para a distância entre os sub-mostradores do movimento cronógrafo e o resultado final é tudo menos harmonioso.
Pelo contrário, adoro estes "ana-digi"... Os designers da marca lituana estiveram particularmente felizes no desenho do mostrador, onde tudo está equilibrado, desde os grandes numerais às 3H00 e 9H00, ponteiros bem dimensionados e legíveis, o equilíbrio perfeito entre os pequenos segundos às 12h00 e o ecrã LCD multifunções as 6H00.
O modelo da foto tem a referência 9516-5554250 e é, para o meu gosto, a que faz mais sentido. Os dois outros modelos que utilizam este movimento têm esquemas de cores um pouco mais "folclóricos", com destaques em verde e azul.
À semelhança de várias outras gamas de elevada estanquidade (a caixa do Mriya resiste a pressões até 200 metros, ou 20 atmosferas), também aqui o relógio é vendido numa "dry box" na qual encontramos uma bracelete adicional em silicone e ferramentas para a sua substituição.
A Vostok Europe incluiu uma vistosa bracelete de silicone vermelha a par da sóbria bracelete em pele preta da foto, mas o distribuidor em Portugal, a SRI, irá comercializar o relógio com uma bracelete adicional em silicone preto, o que me parece uma muito melhor ideia.
Este modelo em particular, com caixa em aço revestida a PVD negro, custa €539, um valor interessante para um relógio tão invulgar. O modelo 9516-5554249, com caixa em aço escovado, custa ainda menos: €489.