A Amazon foi fundada em 1994 e a primeira vez que comprei lá alguma coisa terá sido pouco tempo depois, em 1995 – na altura a partir da loja dos EUA, a Amazon.com, que era a única que existia.
Desde então, a partir das minhas duas contas (pessoal e empresarial) já lá gastei muitos milhares de euros e comprei um pouco de tudo: livros, discos de música e filmes, claro, mas também hardware para computador, brinquedos, roupa e… relógios.
Inicialmente, limitava-me a falar dos relógios aqui no blog, mas cedo os meus leitores me começaram a enviar mensagens para saber onde os comprar, sobretudo porque os preços que indicava nos posts eram por vezes bastante diferentes dos que se encontram nas lojas.
O meu problema em indicar onde comprar é um problema de confiança: não vendo relógios e não tenho nenhuma loja online da minha confiança. Nesse sentido, comprar numa loja física em Portugal (ou noutro país qualquer) será sempre a situação ideal – e já falei anteriormente sobre as vantagens e desvantagens de comprar através da Internet. De resto, há até marcas que dão vantagens específicas na compra através das lojas físicas: a título de exemplo, em Portugal, a SRI oferece garantia vitalícia nos relógios Junkers mas só se forem adquiridos através da sua rede oficial de agentes. Edit 1/12/2020: A SRI deixou de comercializar a marca em Portugal desde que ela deixou de ser produzida pela Pointtec.
Apesar das especificidades do mundo da relojoaria (e dos perigos das contrafações) de uma maneira geral, comprar online é como comprar no mundo físico: há que procurar as lojas (e as pessoas) que nos dão confiança.
Ora a mim, a que me dá mais confiança é a Amazon, até porque já tive (muitos) exemplos concretos das vantagens de comprar através deles. O problema nunca é no momento da compra; a distinção entre uma loja de confiança e entre outra que só “quer sacar o guito” surge quando as coisas correm mal. Ora na Amazon, mesmo quando as coisas correm mal… correm bem. Seja na devolução “no questions asked” durante os primeiros 30 dias, seja durante o período da garantia.
Em mais de 20 (!) anos de compras através da Amazon NUNCA tive um problema (ou melhor, nunca tive um problema que não tivesse sido resolvido a meu favor), o que diz bem do standard da empresa no que diz respeito à relação com o cliente.
Os truques da Amazon
Mas o facto de não termos problemas com a Amazon, não significa que não devamos estar atentos e saber como manobrar de forma a tirar o melhor partido possível da plataforma. Baseado na minha experiência de compra na plataforma, eis alguns truques:
1. Fazer login antes de pesquisar
A Amazon não é uma rede social: podemos andar por lá à vontade sem ter de fazer o “login” com a nossa conta. Contudo, aconselho toda a gente a fazer o login primeiro, por uma simples razão: ficamos logo a saber se determinada loja vende para Portugal ou não. O que me leva à segunda chamada de atenção…
2. Há Amazon e há… Lojas na Amazon
Inicialmente, tudo o que a Amazon vendia vinha dos seus próprios armazéns. Contudo, desde há muitos anos que é possível que qualquer empresa (que cumpra os requisitos da Amazon) venda na plataforma. A diferença não é muito grande, uma vez que as empresas que vendem através da Amazon são obrigadas a cumprir com os padrões da própria Amazon em termos de condições de venda, troca, etc. Contudo, pode ser relevante para quando pretendemos adquirir mais do que um relógio de uma só vez: Se um deles for vendido pela Amazon e outro for de outra empresa, vamos pagar portes por duas vezes… Note-se que a Amazon tem um sistema de pontuação (uma a 5 estrelas) não só relativo aos produtos que vende, mas também às lojas que vendem na plataforma, pelo que podemos facilmente ter a noção se determinada loja possui ou não um bom serviço ao cliente – sendo que quem tem um mau serviço ao cliente é “convidado” a sair pela Amazon…
3. Amazon na Europa vs. Amazon.com
Sempre que falo de relógios que possam ser comprados na Amazon, procuro sobretudo links para as lojas europeias (sobretudo Espanha e Reino Unido). Comprar via Amazon.com é arriscado, porque há uma grande probabilidade de o relógio passar pela alfândega, onde serão aplicadas taxas adicionais – o que é barato pode sair caro. Já o mesmo não se passa em qualquer das lojas europeias (bem, no caso da loja UK, pelo menos enquanto o Reino Unido não sair oficial da UE). Note-se que uma conta criada em qualquer uma das Amazon europeias é automaticamente válida para as outras; contudo, o mesmo não sucede com a Amazon.com, que carece de uma conta específica.
4. Saber procurar
Quando indico um determinado link para compra na Amazon, normalmente certifico-me de que o relógio linkado está não apenas disponível para envio para Portugal, mas também que é o mais barato à venda.
Isto é importante, por duas razões: o mesmo relógio pode estar listado pela mesma loja em diferentes Amazon europeias mas apenas a partir de uma delas é que está disponível o envio para Portugal; e o mesmo relógio pode estar a ser vendido por empresas diferentes na mesma Amazon com preços diferentes – ou estar disponível em diferentes Amazon também com diferenças de preço grandes.
Finalmente, é preciso não ter apenas em consideração o preço: uma determinada loja pode ter um preço muito bom mas portes muito elevados para Portugal, por exemplo. em caso de dúvida, podemos simular a compra mesmo até ao fim (mas sem comprar, claro!) de forma a sabermos quanto é que nos será cobrado.
5. Poder devolver
A Amazon tem uma política generosa relativamente à devolução e permite que um relógio comprado seja devolvido e o seu custo, incluindo portes, seja totalmente reembolsado – no questions asked.
Já tinha escrito sobre este assunto, embora com menos detalhe, aqui. Caso não tenha ainda uma conta na Amazon, o YouTuber Bernardo Almeida, fez há pouco tempo um vídeo sobre as compras na Amazon que também aconselho.