31 janeiro, 2013

Swatch A La Folie

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Todos os anos, a Swatch não perde a oportunidade de criar relógios que aproveitam determinadas datas, entre elas o tradicional Dia de São Valentim, mais conhecido por Dia dos Namorados.

Este ano, o relógio criado especialmente para as namoradas chama-se A La Folie. Por cerca de 55 euros temos direito a um Swatch de quartzo numa caixa que deixa ver a maior parte do movimento, enquadrada por um coração cor-de-rosa e com pulseira de plástico em branco.

O conjunto é vendido numa caixa esférica igualmente em rosa, com um grande coração branco. 

O diâmetro do mostrador é de 34mm, tamanho considerado “médio” na nomenclatura da Swatch – a título de comparação, um Swatch “normal” tem um diâmetro de 41mm.

30 janeiro, 2013

Stowa Antea 390 Day-Date

Antea_Day_Date_8Stowa é uma empresa alemã com uma grande tradição na produção de relógios. Ao contrário de outros concorrentes de origem germânica, a Stowa pode orgulhar-se de nunca ter deixado de produzir – ou seja, não é uma marca caída no esquecimento e repescada recentemente por terceiros.

Pelo contrário, foi uma das poucas empresas a criar relógios para os pilotos e navegadores da força aérea alemã durante a II Guerra Mundial. E, nos anos 90, a Stowa foi a segunda marca – logo a seguir à conceituada IWC – a retomar a produção de peças inspiradas pela sua herança aeronáutica.

No entanto, o relógio que trago aqui hoje não pertence a essa linhagem, mas à linha clássica Antea, neste caso numa execução com dia e data (existe também o mesmo relógio simples, com três ponteiros).

Trata-se de um dress watch ao melhor estilo Bahaus, desenhado por Jörg Schauer. com complicação de dia e data às 6 horas, baseado num mecanismo ETA 2836-2. A execução inclui caixa em aço com mostrador de 39mm de diâmetro e vidro de safira não apenas no mostrador como atrás, para exibição do mecanismo. O preço é de 587 euros, a partir do site do fabricante.  

29 janeiro, 2013

Casio MTP-1228D-1AVEF

Há imensas razões para comprar um relógio. E admito que, no mundo dos relógios baratos, a estética tem uma grande prioridade sobre outro tipo de considerações – razão pela qual é na gama de relógios abaixo de 100 euros que mais encontramos relógios “de moda”, muitas vezes coloridos e em plástico, quase sempre produzidos a partir de movimentos baratuchos feitos na China.
São, de alguma forma, relógios "descartáveis”, uma tendência criada originalmente pela Swatch e que depressa foi copiada pelo resto da indústria: o relógio é suficientemente barato para não pensarmos muito no momento da compra e ainda menos quando chegar o momento de o substituirmos por outro… igualmente barato. Acontece que nos tempos que correm, mesmo 100 euros é dinheiro. E a minha ideia é simples: porquê gastar 100 euros (por vezes até mais) num relógio descartável quando o mesmo dinheiro compra um relógio de design intemporal que nos pode servir durante muitos e longos anos?

É por isso que gosto tanto de marcas como a Seiko, a Citizen, a Timex ou a Casio. Nas suas extensas gamas encontram-se relógios que considero verdadeiras abominações mas somos igualmente confrontados com muitos modelos interessantes – e mesmo que aquilo que eu considero “interessante” não seja universal, certamente haverá algum modelo que lhe irá agradar a si, que lê este blog.

Para ilustrar o meu ponto de vista escolhi o Casio MTP-1228D-1AVEF, disponível igualmente numa variação com o mostrador em branco. Trata-se de um clássico dress watch  de três ponteiros e indicação de dia e data, uma conjugação muito do meu agrado. A imagem não nos dá escala, mas o relógio é relativamente grande, com uma caixa em aço de 40mm de diâmetro e bracelete igualmente em aço.

A resistência à água é de 5 atm (50 metros) e o vidro mineral é indicado como sendo “resistente aos riscos”, embora isto seja uma características que eu normalmente não atribuo a nada que não seja vidro de safira. O movimento de quartzo da Casio tem uma precisão superior a 1 segundo por dia (+/- 20 segundos/mês), normal para relógios desta gama.

O que não é normal é que este é um dos modelos da marca cuja bateria dura… 10 anos! Para mim, é a cereja de um apetitoso bolo que se vende por apenas 60 a 70 euros (valor médio encontrado online) – o preço de um relógio descartável num modelo que foi feito para durar uma década sem sequer termos de gastar dinheiro na bateria.

28 janeiro, 2013

Tissot Luxury Automatic

A indústria automóvel lança todos os anos centenas de novos carros. Contudo, na esmagadora maioria dos casos, são modelos que utilizam os mesmos motores que encontramos noutros veículos (por vezes até de outras marcas) desde há anos.

Os motores podem ter algumas ligeiras evoluções ao longo do tempo mas um motor completamente novo é algo que surge apenas de vez em quando, porque os custos de desenvolvimento são muito elevados.

No mundo dos relógios, a mesma lógica aplica-se. Novos movimentos (motores) surgem muito esporadicamente e, quando muito, vão sendo criadas variações sobre o movimento base – o que se designa por calibre.

A todos os níveis, o novo Tissot Luxury Automatic, lançado pela marca suíça no passado dia 10 de Dezembro, é um acontecimento: trata-se não só de um relógio novo (uma gama completa, na verdade), como é baseado num movimento igualmente novo, designado Powermatic 80. O nome deriva do facto de a reserva de marcha ser de 80 horas: mais de três dias, quando o habitual nos movimentos automáticos mais convencionais é encontrarmos valores da ordem das 40 horas.

A execução do relógio é, quanto a mim, belíssima. A caixa tem 41mm de diâmetro e 9,75mm de altura. Existem imensas variações com conjugações diversas entre cor do mostrador e cor e tipo de bracelete, mas este modelo em preto é particularmente bem conseguido.

A Tissot propõe o modelo normal por cerca de €620 (preço médio online) e uma versão cronómetro certificada pela COSC por €790 (idem). Qualquer um dos valores parecem-me perfeitamente de acordo com o lema da Tissot, de oferecer luxo a preço acessível.

EDIT em 28/11/2020: a nova coleção Tissot Luxury Automatic encontra-se aqui.

27 janeiro, 2013

Movas Chronograph


À semelhança da Perpetual, também a Movas é uma empresa que mostra orgulho na sua origem asiática. Contudo, as diferenças começam e acabam aí, pois a Movas é uma empresa criada por um jovem arquiteto entusiasta da relojoaria (Sean Wai), que procura novas vias e novos desenhos para as suas peças.

O resultado são relógios que estão nos antípodas das cópias mais ou menos bem conseguidas de designs de referência e que, pelo contrário, mostram uma grande vontade de criar tendências e trilhar caminhos independentes.

Descobri a Movas num teste ao primeiro (e, na altura, único) modelo da marca, aqui. Desde então, a Movas criou vários modelos, todos eles mecânicos e baseados em movimentos produzidos na China.

Curiosamente – ou talvez não... – o modelo que mais despertou a minha atenção foi um dos mais convencionais da gama atual, o Movas Chronograph.

Gosto muito de cronógrafos (tenho um Tissot PRC 200) mas acho que têm o problema de serem todos muito parecidos uns com o outros e, quando as marcas tentam fazer algo que as distinga dos concorrentes, as coisas nem sempre correm bem. Este Movas Chronograph é bonito, invulgar, e bem construído: caixa em aço 316L de 45mm, vidro de safira com 2mm de espessura e revestimento anti-reflexo, vidro mineral traseiro para exibição do movimento e resistência à água até 100 metros. O preço são uns razoáveis 670 dólares, ou cerca de €512, a partir do site do fabricante.

26 janeiro, 2013

Quartzo vs. Mecânico / Precisão vs. Paixão


Quando, nos anos 70, surgiram os relógios de quartzo, a indústria relojoeira suíça foi apanhada desprevenida: aquilo que vendia era precisão e, nesse capítulo, qualquer relógio de quartzo barato, proveniente do Japão, era mais preciso do que qualquer dispendioso relógio mecânico produzido na Suíça.

Foi preciso esperar pelos anos 80 e pelo génio de Nicolas Hayek para a indústria relojoeira suíça reencontrar o seu rumo e, com ela, todo o setor relojoeiro. Hoje, o mundo dos relógios é o que é graças a Hayek, mas a mesma questão que surgiu nos anos 70 mantém-se: porquê comprar um relógio mecânico quando podemos ter um de quartzo, mas barato e mais preciso?

A resposta, como em tantas outras questões relacionadas com o luxo, não é simples. Mas é a mesma que leva os audiófilos a preferirem complicados gira-discos e amplificadores a válvulas quando é possível demonstrar facilmente que um leitor de CDs e um amplificador a transístores são mais eficazes (mais precisos) na forma como reproduzem a música.

Quem ama a música nunca deixará de jurar que o vinilo soa melhor do que um CD (mesmo que isso não seja verdade) e quem ama os relógios jamais trocará um relógio mecânico por um de quartzo. Há nisto algo de luxúria pelos mecanismos, embora haja espaço para todos: o mesmo aficionado da relojoaria poderá ter na sua coleção, a par de incríveis mecanismos suíços, não menos excelentes exemplares com movimentos de quartzo.

Até que ponto os movimentos de quartzo são mais precisos do que os mecânicos? Basta dizer que um bom movimento mecânico com certificação de cronómetro tem uma precisão que pode oscilar no máximo entre -4 e +6 segundos por dia, enquanto um movimento de quartzo topo-de-gama, como o calibre Seiko 9F usado nos Grand Seiko (na foto acima, à esquerda, ao lado de um mecanismo Valjoux 7750), oferece um desvio máximo de 10 segundos... por ano! Relógios de quarto na casa dos €100 a €200 oferecem uma precisão inferior, da ordem dos 15 a 20 segundos por mês, que mesmo assim é superior a qualquer cronómetro mecânico.

No entanto, se até aos anos 70 a indústria relojoeira suíça vendia precisão, hoje vende outros tipos de valores: marca, origem, tradição, manufatura, paixão... Tal como os diamantes, há uma ideia de que um relógio mecânico é para sempre, pois os mecanismos podem (quase) sempre ser reparados e, no limite, um relógio pode durar várias gerações.

O slogan que melhor condensa esta ideia é o da Patek Philippe, um dos melhores representantes da chamada alta-relojoaria: You never actually own a Patek Philippe, you merely look after it for the next generation.

25 janeiro, 2013

Orient Classic Automatic EV0S005W


O Orient Classic Automatic EV0S005W é um excelente exemplo de um dress watch bonito e acessível baseado num movimento mecânico automático.

Já falei anteriormente da Orient a propósito do lendário Mako e também este Classic Automatic representa uma excelente relação preço-qualidade.

Trata-se de um modelo que oferece uma interessante variação estética sobre a complicação dia e data, com o dia da semana por extenso numa janela em arco às 12 horas equilibrada por uma janela também em arco mas menor, às 6 horas, para exibição da data.

A Orient oferece seis variações deste modelo, com três modelos com bracelete de pele e outros tantos com bracelete em aço. As variações incluem ainda a cor do mostrador (preto ou branco) e da caixa (prateada ou dourada).

O relógio segue a tendência recente para maiores formatos, mesmo nos habitualmente discretos dress watches com este Orient a propor uma caixa de 40mm de diâmetro com uma espessura de 10,9mm.
O preço, da ordem dos €110 na Amazon, é muito baixo para um relógio automático com este nível de acabamento. Claro que é um valor que não paga vidro de safira (apenas vidro mineral), mas por este preço não seria razoável pedir mais. O movimento automático é o calibre Orient 46E40 que funciona a 3 Hz (21.600 oscilações por hora).

24 janeiro, 2013

Tissot Tradition Perpetual Calendar

Lançado em 2011, o Tissot Tradition Perpetual Calendar oferece uma complicação rara neste formato, movimento e gama de preços: trata-se de um relógio analógico com movimento de quartzo (calibre G15.561) e calendário perpétuo.

O conceito de calendário perpétuo é o de um movimento com acerto automático nos meses que não têm 31 dias incluindo o reconhecimento de anos bissextos.

Este tipo de calendário é comum em relógios de quartzo digitais e surge como grande complicação em dispendiosos modelos mecânicos. Contudo, não é comum em relógios de quartzo analógicos. Além disso, a visão da Tissot para este modelo teve uma concretização particularmente feliz, pois o relógio é muito bonito – embora seja particularmente fotogénico, pelo que poderá criar algum desapontamento ao vivo – utilizando ponteiros para indicação do mês, dia da semana e dia do mês.

Em Portugal, este modelo custa €379 (preço Boutique dos Relógios) existindo igualmente uma variação com mostrador preto e bracelete em aço, por €398, quanto a mim não tão bonita.

23 janeiro, 2013

Pulsar York PU7005X1

A Pulsar pertence ao Grupo Seiko, sendo normalmente considerada como "segunda marca" – o que não significa que os seus relógios sejam inferiores aos da marca da casa-mãe... Pelo contrário, em muitos casos oferecem uma relação preço-qualidade que pode até ser superior.

O modelo PU7005X1 que vos trago hoje pertence à coleção corrente (2013) da marca e tem todas as características de um dress watch, ou seja, uma peça elegante, por oposição aos relógios mais desportivos ou utilitários.
O relógio, com um diâmetro de 42mm, é muito simples, com três ponteiros e sem quaisquer complicações. O motivo de destaque é a abertura circular às 9 horas para exibição do movimento mecânico, neste caso automático, Pulsar NH38

O fundo do relógio, em vidro, permite observar o movimento com mais pormenor.

Gosto sobretudo da conjugação do mostrador branco-prateado com a pulseira em pele castanha e do pormenor do ponteiro dos segundos em cor azul. A Pulsar indica uma resistência à água de 50 metros. O vidro é mineral, mas não é de safira. O preço (referência por pesquisa online em Portugal) são uns razoáveis €190. Existe uma variação com o mostrador e bracelete em preto, com a referência PU7007X1.

22 janeiro, 2013

Vostok Europe Gaz-14 Limousine

A Vostok Europe é um fabricante lituano de relógios que utiliza sobretudo movimentos japoneses quer automáticos, quer de quartzo.

Os relógios produzidos pela empresa têm o charme muito próprio da ex-URSS e os próprios nomes dos modelos evocam outros tempos do país dos sovietes.

O nome completo deste modelo que vos trago hoje é Vostok Europe Gaz-14 Limousine NH25A/5651137, o qual é baseado num mecanismo automático Seiko NH25A que oferece os tradicionais três ponteiros e acrescenta a complicação de data às 6 horas,

É um movimento automático que funciona a 3 HZ (21.600 oscilações por hora) e que pode ser encontrado em inúmeros outros modelos, quer da Seiko quer de fabricantes independentes que usam os movimentos da marca japonesa. A caixa em aço é bastante grande para um relógio simples, com 45mm de diâmetro e uma altura de 15mm, mas devo dizer que acho o desenho muito elegante e conseguido, com um mostrador de grande equilíbrio.

O preço, a partir do site da marca, é de €319. Encontra um teste a este relógio aqui. A marca possui outros relógios com movimentos mecânicos e de quartzo bastante interessantes, aos quais voltarei mais tarde. A Vostok Europe é representada em Portugal através da SRI.

21 janeiro, 2013

Perpetual Watch PR-01

A Perpetual Watch é uma empresa chinesa que tem uma abordagem de certa forma original à relojoaria: assume que é chinesa e que os seus movimentos são chineses, mas também que isso não tem necessariamente de ser algo negativo. Ou seja, há empresas chinesas e... há empresas chinesas.

Pessoalmente, é uma abordagem com a qual concordo, ao contrário do que acontece com marcas de origem anónima como a Parnis, de que já falei anteriormente.

As referências à Perpetual Watch nos fóruns de entusiastas de relógios parecem confirmar que estes produtos são de facto interessantes e que valem o que custam.

A empresa tem o seu próprio website e vende diretamente ao consumidor final. Entre as várias gamas, há relógios com mecanismo de turbilhão, mas neste caso vou falar do PR-01, um relógio relativamente simples, com complicação de data através de ponteiro às 2 horas e indicador de reserva de marcha às 10 horas.

O serviço da Perpetual vai ao ponto de permitir ao cliente escolher a combinação que prefere entre mostrador (preto ou branco) e bracelete (cor e material). E as braceletes incluem um mecanismo de fecho tipo borboleta que aparenta ser de boa qualidade.

Estes PR-01, que custam apenas 140 dólares (cerca de €120), têm caixa em aço, vidro de safira e vidro mineral atrás para exposição do movimento automático. Bom, bonito e barato? Sem dúvida.

20 janeiro, 2013

Citizen NP3010-00A

Se é verdade que existe uma variação quase ilimitada de relógios, o mesmo não é verdade no que diz respeito aos movimentos, que mecânicos, quer de quartzo.

Acontece porém que o mesmo movimento pode ser usado para criar relógios completamente diferentes.

Não tenho a certeza absoluta se este Citizen NP3010-00A utiliza o mesmo movimento automático do Techné GosHawk, mas se não é o mesmo (a data não está na mesma posição), o conceito é semelhante: um relógio com data e segundo mostrador de 24 horas às 6 horas.

Só que enquanto o Techné é um relógio tipo piloto, este é um belíssimo dress watch. A caixa mede 43mm de diâmetro e o relógio possui vidro de safira, bem como vidro traseiro para exibição do movimento e é à prova de água até 100 metros. Existe também uma versão com o mostrador em preto, mas gosto sobretudo desta conjugação em branco com bracelete em pele castanha.

O preço, aqui, é de €116, um valor que torna este relógio numa excelente compra. O relógio pode ser visto em mais detalhe aqui.

19 janeiro, 2013

Tissot PRC 200 T17.1.526.52

O Tissot PRC 200 T17.1.526.52 pertence a uma gama que inclui imensos modelos, incluindo cronógrafos, dress watches e relógios com movimentos automáticos e de quartzo.

Este modelo, em particular, é um cronógrafo de quartzo que adquiri já há alguns anos, na sequência de um incidente com um Sector que, apesar de indicar ser à prova de água até 200 metros, não aguentou um simples mergulho numa piscina...

O relógio parece ter-se tornado extremamente popular ao longo do tempo, tanto assim que existem variações do mesmo modelo com mostrador em preto, branco e azul e com braceletes em pele castanha, preta e em aço. Outro sinal da popularidade deste relógio, e que desaconselha a sua aquisição fora do circuito normal dos revendedores autorizados, é que existem imensas "réplicas" (contrafações) a circular, sobretudo em lojas online.

De resto, nem sequer me parece que faça sentido optar por uma réplica de um relógio que custa, na loja (em Portugal) cerca de €350.

Existem milhares de cronógrafos de quartzo no mercado, mas o que me atraiu neste modelo no início é o mesmo que o mantém atraente ainda hoje, nomeadamente o excelente equilíbrio discreto entre a dimensão geral (39,8mm de diâmetro) e o desenho do mostrador, com a data às 4 horas e os ponteiros da complicação de cronógrafo em amarelo.

A caixa em aço e o vidro de safira manteve o relógio com um aspeto praticamente novo ao longo de anos de uso – apenas troquei a bracelete de pele por outra igual após um pequeno acidente em que o relógio saiu ileso mas a bracelete ficou danificada.

O relógio tem coroa de rosca (na foto, desenroscada) mas eu não arriscaria nada mais do que andar com o relógio à chuva. Quanto a mim, a regra deve ser usar dentro de água apenas relógios que tenham sido concebidos para tal – e este é um relógio desportivo mas não um relógio para desportos aquáticos!

A precisão e fiabilidade do movimento ETA G10.211 é muito boa. Nunca senti necessidade de acertar o relógio, sendo que isso é facilitado pelo movimento, que permite a paragem dos segundos (hacking) quando se puxa a coroa para fora.

O cronógrafo funciona como esperado, sendo que neste movimento, o ponteiro de segundos maior (amarelo) funciona apenas nessa função de medição do tempo; o ponteiro de segundos que se move em permanência é o do mostrador secundário às 6 horas.

Penso que pelo valor pedido, este é um excelente cronógrafo cujo desenho clássico resistiu bem – e continua ainda hoje a resistir – ao teste do tempo.

18 janeiro, 2013

Techné GosHawk


Tal como a Steinhart ou a Christopher Ward, a Techné é uma marca nova, sem tradição de relojoaria, que conjuga a utilização de movimentos de qualidade com um excelente design e venda direta através da Internet para propor excelentes relógios a bom preço.

O modelo GosHawk é um relógio tipo piloto baseado num movimento automático Citizen Miyota 8217 com uma estética particularmente feliz.

A caixa em aço tem 41,4mm de diâmetro, vidro de safira e correia em cabedal (dois tons de castanho e preto à escolha).
Gosto sobretudo da grande legibilidade do mostrador (reforçada com lume nas marcações, algarismos e ponteiros) e do equilíbrio entre a janela de data entre as 4 e as 5 horas e o segundo mostrador secundário de 24 horas às 9 horas.

O conjunto é irresistível e o preço torna-o ainda mais interessante: €277 a partir do site da marca. Uma excelente análise a este modelo pode ser encontrada aqui.

17 janeiro, 2013

Parnis Automatic Power Reserve

E agora, algo completamente diferente: Parnis. Escusa de procurar, porque a marca não tem website próprio (edit em 28/11/2020, com link para o site da marca, entretanto criado), nem história, nem página na Wikipedia. 

Isto porque, aparentemente, é uma marca chinesa, fabricada na China, por alguém que não se sabe bem quem é...

A verdade é esta: são relógios – pelo menos a maioria – muito bonitos e é possível adquirir movimentos automáticos por menos de €100.

Apesar de não haver site oficial, há muitas lojas online dedicadas exclusivamente à venda desta marca, por exemplo aqui e aqui (os primeiros resultados que encontrei num motor de busca com o critério "Parnis watches"). O exemplo da imagem custa apenas €54(!), tem uma execução belíssima e é baseado num movimento automático chinês que parece ser uma cópia do ETA 2892

Penso que o preço é suficientemente acessível para se tentar a sorte. Há abundante informação em fóruns de relógios sobre os Parnis e o consenso parece ser o de que são excelentes para o preço que custam. Este modelo em particular é considerado como um dos 20 melhores relógios abaixo dos 100 dólares pelo Poor Man's Watch Forum. Uma review de um outro modelo da marca no site britânico Watch Guy confirma a ideia de que se trata de uma boa relação qualidade-preço e que havendo alguns problemas de acabamento da caixa, os movimentos automáticos são precisos.

Claro que não são tão precisos que levem a que a indicação "Chronometer" no mostrador deste Parnis signifique que estejamos realmente na presença de um cronómetro...

16 janeiro, 2013

Novas regras para “Swiss Made”

O projecto Swissness, destinado a proteger a incorporação de valor-acrescentado suíço, entrou este mês numa nova fase, com a aprovação de regras que determinam que os produtos industriais, para que possam ter a indicação de serem “produzidos na Suíça”, carecem de pelo menos 60% de incorporação de valor com base no país – o qual pode incluir Investigação & Desenvolvimento, além do fabrico propriamente dito.

Além da proteção direta dos produtos, empresas e empregos suíços, esta regra evita a aquisição de empresas suíças por investidores que tencionem depois deslocar a produção para fora do país. Mais informações aqui.

Tradição e tecnologia: alta relojoaria e “crowdfunding”

dubois-dbf001-01-basis-schwarz-rotA Philippe Dubois & Fils SA, que reivindica o título de mais antiga fábrica suíça de relojoaria, está a recorrer a uma ferramenta financeira do século XXI para financiar os seus próximos projetos.

Através de uma iniciativa de crowdfunding a empresa espera arrecadar ainda durante este mês um total de 1,5 milhões de francos suíços. 

Até esta data, um total de 203 investidores tinham contribuído com cerca de 1,45 milhões de CHF. Com um investimento mínimo inicial de apenas 500 CHF, os investidores podem mais tarde adquirir um relógio da marca, no valor de 10.000 CHF, com um desconto de 50%, o que significa uma poupança total de 4.500 CHF. 

Mais informações no site da empresa ou através do email shareholder@duboisfils.ch.

Edit: o processo de financiamento chegou ao fim e foi bem-sucedido.

Christopher Ward C11 Makaira Pro

Já anteriormente apresentei um modelo da marca britânica Christopher Ward, o cronómetro C50 Malvern.
Conhecida sobretudo pelos seus relógios elegantes, a marca lançou no final de 2012 uma linha de relógios de mergulho designada C11 Makaira Pro, a qual conjuga um desenho especialmente feliz numa caixa estanque concebida para pressões até... 500 metros (50 atm)!
Este relógio com movimentos automáticos suíços (Selitta SW200-1) não é particularmente barato – custa cerca de 600 euros (£499] comprado diretamente no site da marca na versão com bracelete em borracha.
Mas é bom repetir isto novamente, muito d-e-v-a-g-a-r-i-n-h-o: 500 metros! A maioria dos relógios de mergulho de maior qualidade não ultrapassa os 300 metros, sendo 200 o valor mais comum. Um relógio de mergulho, ainda por cima automático, capaz de resistir a este tipo de pressões, é algo que nunca pode ser barato, pois não é apenas o movimento que está em causa, mas toda a construção do relógio.
Por outro lado, este é um dos relógios de mergulho mais bonitos que já vi, os quais tendem a ser todos semelhantes entre si. Aquilo que mais contribui para este desenho elegante é o facto de o bisel rotativo para controlo do tempo de mergulho ter sido, neste caso, substituído por um anel interno, o que permite um mostrador mais "limpo" (a rotação é feita através da segunda coroa que se encontra na posição das 2 horas). Outro ponto a favor, para quem como eu tem braços relativamente finos, é que o diâmetro é de apenas 42mm, um valor perfeitamente normal para um relógio de mergulho.
Este é o modelo C11-MAK-SKWSI com mostrador preto e numerais brancos e bracelete em borracha. Existem variações de cor e com bracelete em aço.

15 janeiro, 2013

Seiko Superior SRP001K1

 
O primeiro post deste blog, no final de 2012, foi sobre o meu atual relógio, um Seiko Superior SKZ297.
A Seiko produz todos os anos dezenas de modelos diferentes com movimentos automáticos e entre os populares (e extremamente acessíveis) Seiko 5 e os cobiçados (e extremamente caros) Grand Seiko, encontramos estes "Seiko Superior", que na verdade é um nome não-oficial para relógios automáticos melhorados face aos Seiko 5 mas bastante longe dos Grand Seiko.
Este Seiko Superior SRP001K1 é um excelente exemplo de um relógio automático, de qualidade, a um preço razoável – abaixo dos €190.
As características mais salientes incluem caixa em aço com um diâmetro de 41mm e bracelete igualmente em aço, vidro de safira e resistência à água até 50 metros. Utiliza o movimento automático 41R5 e, tal como o SKZ297, inclui dia e data às 3 horas.
No entanto, o mostrador é completamente diferente, com as horas assinaladas apenas com marcações e numerais arábicos para destaque dos minutos. Além disso, os ponteiros incluem lume, para visibilidade no escuro. Existe uma variante em preto.

14 janeiro, 2013

Rotor: relógios alemães com preços realistas

Rotor%20watchesA Rotor é uma nova marca alemã de relógios com movimentos suíços que se junta ao grupo cada vez maior dos que pretendem oferecer peças de qualidade a preços razoáveis – que é como quem diz, relógios bons, bonitos e baratos!
Entre os relógios das diversas gamas da Rotor encontram-se estes belíssimos modelos clássicos ao melhor estilo Bahaus, com movimentos automáticos ETA 2824-2 e um preço de €319.
A gama inclui exemplares de que falarei em pormenor mais tarde, incluindo um espetacular cronógrafo automático baseado num movimento Valjoux 7750 que a Rotor propõe por €799. Uma notícia mais completa pode ser encontrada aqui.

Hamilton Pilot Quartz H64611535

Gosto imenso de relógios "piloto", quer nas modernas reinterpretações, quer nas edições mais próximas dos originais da II Guerra Mundial.
Os Hamilton Pilot, disponíveis com movimentos automáticos ou de quartzo, pertencem ao primeiro grupo, no sentido de não haver grande preocupação em manter qualquer rigor histórico. Pessoalmente, não vejo qualquer mal nisso, muito embora neste caso o design do mostrador tenha uma irritante e clamorosa falha: o triângulo às 12 horas tem a ponta para baixo – o que acontece normalmente nos relógios de mergulho – em vez de apontar para cima, como é suposto nos relógios tipo piloto.
Tirando esse ponto, a execução deste relógio é primorosa.
O modelo que trago aqui é o de quartzo, esteticamente igual ao automático com a diferença de ter uma caixa de 42mm contra uma XXL de 46mm do seu irmão mecânico, que é baseado num movimento ETA 2836-2.
Note-se a presença do mostrador em que os números mais proeminentes são os dos minutos mas, ao mesmo tempo, como foi resolvido de forma elegante o mostrador concêntrico das horas: o ponteiro da horas é aberto na ponta, de forma a envolver o número em vez de cobrir.
A presença da complicação de dia e data é também rara num relógio de piloto, e aparece aqui cortesia do movimento suíço ETA 955.422.
O resto da execução é igualmente de grande qualidade, não fosse esta uma marca do Grupo Swatch com um posicionamento acima da Tissot e imediatamente abaixo da Longines: caixa em aço de 42mm com resistência à água até 200 metros, coroa de rosca, vidro de safira e indicador de fim-de-vida (EOL) da bateria.
Enquanto o Hamilton Pilot Auto custa, em Portugal, €675, o Pilot Quartz fica por uns razoáveis (embora um pouco caro para um relógio de quartzo) €395.

13 janeiro, 2013

Timex SL Series Automatic

Um dos primeiros posts deste blog – e o primeiro sobre um relógio de quartzo – foi sobre um modelo Timex. Penso que por ter sido, em meados dos anos 70, o meu primeiro relógio de pulso, a marca terá sempre um lugar no meu coração...

Mas este SL Series Automatic está na realidade mais de acordo com o espírito deste blog. E é uma das maiores pechinchas que é possível comprar em termos de relógios mecânicos.

De acordo com o site da Timex, trata-se de um modelo descontinuado (de resto, de momento não existe qualquer relógio mecânico da marca em nenhum site oficial) mas é ainda possível encontrá-lo à venda na Internet.

A Amazon.uk, por exemplo, tinha-o disponível no início de Janeiro de 2013 e o seu preço inicial de £160 tinha sido reduzido para menos de £90.
A caixa em aço é à prova de água até 100 metros, tem uma janela às 6 horas que deixa ver o movimento automático e oferece algumas funcionalidades adicionais que normalmente só encontramos em relógios bem mais caros, como é o caso do indicador de reserva de marcha às 2 horas e um indicador de data tipo retrógrado às 10 horas.

Originalmente, este modelo estava também disponível com bracelete em pele, mas o modelo à venda na Amazon.uk era igual ao da imagem, com bracelete também em aço.

12 janeiro, 2013

Será o seu relógio mesmo à prova de água?

A indicação de que um relógio é à prova de água é das menos claras no mercado da relojoaria. De tal forma que pode até levar a que o proprietário de um determinado relógio danifique irremediavelmente a sua peça por ter sido induzido em erro.
O primeiro erro é achar que water resist (resistência à água) e water proof (à prova de água) são a mesma coisa. O segundo erro tem a ver com o entendimento que os fabricantes fazem da profundidade a que supostamente os relógios podem ser mergulhados, um valor medido em atmosferas e com tradução direta em metros: 1 atmosfera (atm) = 10 metros; 3 atm = 30 metros; 5 atm = 50 metros; 10 atm = 100 metros, 20 atm = 200 metros; 30 atm = 300 (na foto que ilustra este artigo pode ver-se um Orient de mergulho certificado para profundidades até 300 metros) e por aí adiante, até aos 1000m (100 atm).
Acontece que isto sugere que os relógios podem ser mergulhados a estas profundidades sem problemas. E nada podia estar mais longe da realidade.
A discrepância entre os números e a realidade tem a ver com os métodos normalizados de teste. Há imensas referências sobre este assunto na Internet, sendo uma das melhores esta. No entanto, se não se quiser dar ao trabalho de ler mais nada, fique a saber que deverá considerar o seu relógio como sendo verdadeiramente "à prova de água" com valores de resistência a partir de 10 atmosferas, inclusive. Tudo o que seja abaixo disso é uma mera "resistência à água" que deve ser encarada com uma (grande) pitada de sal. O seu relógio irá sobreviver a andar à chuva e aos salpicos do lavatório e pouco mais.
Se a sua ideia for levá-lo mesmo para dentro de água – no mar ou numa piscina – deverá apontar para relógios especificamente indicados para mergulho e com resistência de 20, 30 ou até 50 atmosferas (200, 300 ou 500 metros). Em qualquer destes casos, os relógios deverão ter proteções adicionais, nomeadamente coroas de rosca, as quais devem ser solidamente apertadas antes de qualquer imersão.
Se praticar mergulho de forma regular, deverá procurar um relógio certificado para mergulho e resistência até pelo menos 30 atm. Os modelos mais sofisticados (e caros) incluem até uma válvula de hélio, embora a utilização de outras técnicas possa oferecer resistência semelhante em modelos sem esta funcionalidade.

11 janeiro, 2013

Swatch Big Automatic Green Sky

Depois de ter visto várias das minhas propostas de relógios "bons, bonitos e baratos" (pelo menos, segundo os meus parâmetros estéticos e de valor do dinheiro...) já deve ter perdido a esperança de alguma vez poder ter um relógio suíço, analógico e com movimento automático a um preço razoável.
Mas nada podia estar mais longe da verdade. Basta apontar para a gama Big Automatic da Swatch e descobrir por lá o seu próximo relógio.
Neste caso escolhi como exemplo o modelo YAS410G, que está à venda em Portugal por apenas €140 (preço de referência na Boutique dos Relógios).
Os movimentos automáticos usados pela Swatch não são o supra-sumo da sofisticação – afinal, os relógios podem ser suíços, mas são produzidos para serem baratos! Mas a verdade é que estes relógios são bons, bonitos e baratos... Além de serem mecânicos, fiáveis e produzidos na Suíça por uma empresa que pertence ao mesmo grupo que produz a Omega, a Tissot ou até mesmo inúmeras outras marcas de alta relojoaria...
Este modelo é particularmente elegante, com complicação de data na posição das 6 horas e numerais árabes às 3, 6 e 9 horas. A caixa e a bracelete são em aço 316L polido com fundo transparente para exibição da máquina. Note-se contudo que apesar da designação "Big", estes relógios têm um diâmetro de 37,4mm que, nos tempos que correm, dificilmente passa por "grande".

10 janeiro, 2013

Archimede DeckWatch A Hand Wound


O termo deck watch surgiu em meados do século XIX para designar os relógios (na altura, de bolso) usados nos convés dos navios (deck) para ajuda à navegação e em alternativa ao cronómetro de bordo, o qual normalmente estava numa posição fixa no navio.
A marca alemã Archimede criou uma série de relógios de homenagem aos modelos usados no início do século XX e que exibem horas e minutos no mostrador principal e possuem um mostrador secundário às 6 horas para os segundos.
Existem duas gamas, "A" e "R", com mostradores de numerais árabes e romanos, respetivamente.
Como não aprecio numeração romana nos mostradores, trago aqui um modelo "A", mais propriamente o Archimede DeckWatch A Hand Wound. A gama possui diversos modelos com conjugações entre mostradores brancos e pretos, e braceletes em pele preta, castanha e em aço.
Como já deve ter dado para perceber, gosto particularmente da conjugação dos mostradores brancos com braceletes em pele castanha, como é o caso deste modelo em particular, o UA7952-H1.2.
Estes relógios são executados em caixas de aço com 42mm, vidro de safira com revestimento anto-reflexo, vidro mineral atrás para exibição do movimento e resistência à água de 5 atmosferas.
Mas a particularidade mais interessante é o facto de o seu movimento mecânico não ser automático mas manual, ou seja, é preciso dar corda ao relógio para que ele se mantenha em funcionamento. O movimento escolhido foi o suíço ETA 6498.
Existem deck watches com este mesmo estilo produzidos por inúmeras marcas, mas a conjugação da origem alemã, do movimento suíço e da elegante execução global deste relógio parece-me particularmente feliz. O preço é de €495, diretamente a partir do site do fabricante.
Encontra uma análise completa a este relógio aqui.

09 janeiro, 2013

Steinhart faz 10 anos

A Steinhart Timepieces, empresa alemã de Günter Steinhart que fabrica relógios na Suíça (e com movimentos suíços), cumpre em 2013 o seu 10.º ano de existência.
A empresa diz que, para assinalar o seu aniversário, os fãs da marca deverão esperar para este ano o lançamento de "muitos novos modelos e até um pouco mais", deixando-nos mortos de curiosidade sobre o que se cozinha para os lados de Jura, cantão suíço onde a Steinhart produz as suas peças.
No passado, a empresa criou algumas edições limitadas, bem como desenhos exclusivos para determinadas audiências – caso dos felizardos membros do fórum de relógios russo forum.watch.ru, para quem foi concebido o belo relógio de mergulho Black Sea.

Zeppelin Nordstern 7546-1

Já aqui falei anteriormente da Junkers, marca alemã de aviões que deu o seu nome a uma gama de relógios produzida pela PointTEC, tendo nesse artigo feito uma referência a uma outra marca desta mesma empresa, a Zeppelin.
Em ambos os casos foi procurada a inspiração aeronáutica para criar peças evocativas dos céus e de imaginadas batalhas áreas. E se a Junkers nos leva para os meados do século XX, a Zeppelin utiliza uma estética claramente evocativa de tempos ainda anteriores a esse.
É o caso deste belíssimo exemplar da série Nordstern da marca, o modelo 7546-1. Trata-se de um relógio com complicação de segundo fuso horário e data, que utiliza um movimento de quartzo de origem suíça, o Ronda 505.24D.
A caixa em aço polido tem um diâmetro de 41mm e a bracelete é em pele castanha, que contrasta da melhor forma com o fundo branco do mostrador. Uma variação deste modelo utiliza mostrador com fundo azul e bracelete em pele preta.
O relógio, apesar da origem suíça do seu movimento, é bastante acessível, podendo ser adquirido online por menos de €200.
Edit: A marca tem representação em Portugal, através da SRI.

08 janeiro, 2013

Citizen Royal Marines Commandos

A par da Seiko, a Citizen é um dos grandes fabricantes japoneses de relógios. E, tal como a sua rival nipónica, também fabrica sobretudo relógios com movimentos de quartzo, embora possua produção própria de movimentos automáticos.

Enquanto a Seiko utiliza o seu sistema eletro-mecânico Kinetic para os modelos de quartzo sem pilha, a Citizen usa uma tecnologia que cumpre o mesmo objetivo utilizando a luz, designada Eco-Drive. Em qualquer dos casos, o objetivo é o mesmo: eliminar a pilha nos relógios de quartzo, substituindo-a por um acumulador de energia (condensador).

O Citizen Royal Marines Commandos, modelo BN0110-06E é um destes Eco-Drive, mas possui uma série de características que o tornam muito interessante, sobretudo perante um preço de referência de apenas £299. É um relógio de mergulho relativamente grande (42mm) e com resistência à água até 30 atm (300 metros).

De acordo com a Citizen, este modelo possui uma caixa em titânio construída por uma única peça, o que a torna excecionalmente forte ao mesmo tempo que é cerca de 40% mais leve do que o aço. As características de resistência foram alargadas à bracelete, a qual é tecida a partir de fibras de Kevlar. O mostrador tem vidro de safira.

Gosto sobretudo do design "limpo", da presença da complicação de data e da conjugação de marcações às 3, 6 e 9 horas com numerais árabes nas restantes posições. Note-se o triângulo invertido (ponta para baixo) nas 12 horas, típico dos relógios de mergulho – por oposição ao triângulo com a ponta para cima dos relógios de aviação.

Para quem prefere relógios com bracelete em metal, existe uma versão deste relógio com bracelete igualmente em titânio, com um preço de referência de £369.

Edit 22/12/2020: Este modelo já não se fabrica, embora ainda possa ser encontrado à venda online

07 janeiro, 2013

Mondaine Automatic A135.30348.11SBB

O Mondaine Automatic A135.30348.11SBB é-lhe certamente familiar. Não admira. O desenho do seu mostrador é o mesmo dos emblemáticos relógios das estações de comboio suíças. E mesmo que nunca tenha ido à Suíça (ou, tendo ido, nunca andou por lá de comboio...), há provavelmente outra razão por sentir que já viu este mostrador em algum lado: foi o desenho que a Apple decidiu copiar sem autorização para usar no iPhone 5.
Por isso, andar com este relógio no pulso tem algo de statement analógico – além, claro, de ser um relógio minimalista e ultra-elegante.
A história deste relógio remonta a 1986, quando a Mondaine decidiu comprar os direitos de utilização do desenho patenteado dos Caminhos de Ferro Suíços.
Esta é a versão mais cara, de movimento automático ETA 2836 com dia e data e 40mm de diâmetro. Custa cerca de £430 na Amazon.uk. Mas a marca possui variações mais simples e acessíveis, baseadas em movimentos de quartzo, com e sem data, com o mesmo desenho clássico e caixas de dimensões mais reduzidas.
Para os amantes dos relógios XXL, a Mondaine propõe modelos de 42mm com movimentos de quartzo (Giant – A660.30328.11SBB) e mecânicos (Retro Automatic – A135.30345.11SBB). O modelo de 42mm em quartzo não inclui quaisquer complicações, mas a versão mecânica (£399 na Amazon.uk) apresenta igualmente dia e data, com base no mesmo movimento ETA 2878 do modelo de 40mm. Os modelos de quartzo são bastante acessíveis, com preços a partir das £115.

06 janeiro, 2013

Tissot Automatics III

Gosto muito de dress watches. O termo designa os relógios analógicos, simples e elegantes que devem complementar a indumentária – de um homem ou de uma mulher – num evento formal. Dito isto, nada impede que usemos um dress watch todos os dias, como é evidente. Até porque há pessoas que, devido à sua profissão, têm de se vestir diariamente de forma mais ou menos formal.
Os meus preferidos são os relógios automáticos com dia e data, como já deve ser aparente pelos meus anteriores posts.
Como os dress watches devem complementar sempre a indumentária, é essencial olharmos para todos os detalhes. Se vai usar sapatos e cinto castanhos, a pulseira do seu relógio deve ser da mesma cor. As pulseiras de aço ou outro metal são menos dressy, mas podem também ser usadas, tendo a vantagem de serem mais neutras em termos de conjugação com outros elementos do vestuário.
Sobre o que deve ou não deve ser um dress watch, as opiniões divergem (mas não muito), como se pode ver aqui, aqui e aqui. Mas não concordo com a ideia, defendida por alguns, que um dress watch tem de ser construído num metal precioso.
O equilíbrio certo entre o formato, o tamanho e material da caixa, o tipo e forma dos numerais, a presença ou não de complicações, resulta numa série de propostas que deverão ir ao encontro de todos os gostos. Por exemplo, de uma maneira geral, não gosto de relógios que não tenham caixa redonda; e não gosto de numerais romanos. O que não significa que um destes dias não "tropece" num relógio de caixa quadrada com numerais romanos que me deixe de queixo caído!
A Tissot é uma das marcas que produz diversos modelos automáticos com preços relativamente acessíveis e que se encaixam nesta categoria de dress watch. O modelo que trago hoje é um excelente exemplo, o Tissot Automatics III, com bracelete em pele e um preço médio da ordem dos €395. A gama inclui diversos modelos com mostradores e caixas de várias cores, e braceletes de diferentes cores e materiais.
Em Portugal, este modelo não está disponível, pois a marca apostou comercialmente no Visodate, mais caro (€495 na Boutique dos Relógios). Apesar de também gostar bastante do Visodate, este Automatics III em nada fica atrás, até porque é baseado no mesmo movimento ETA 2836-2 e possui uma construção semelhante, incluindo vidro de safira, um diâmetro idêntico (39,7mm contra 40mm do Visodate) e a mesma (baixa) resistência à água de 3 atmosferas.

05 janeiro, 2013

Junkers Hugo 6664-2

A relojoaria tem tanto de tradição como de imagem e quando é preciso encontrar tradição onde ela não existe nada melhor do que recorrer à imagem de uma marca mais antiga – mesmo que esta não tenha necessariamente a ver com relógios.
A ideia por detrás da Junkers, produzida pela empresa alemã PointTEC, é mesmo essa. A Junkers é uma marca que se tornou famosa durante a II Guerra Mundial no fabrico de aviões para a Luftwaffe, mas como a maioria dos relógios produzidos sob o mesmo nome é de inspiração aeronáutica, o casamento acaba por ser feliz: a PointTEC fica com uma marca adequada aos seus relógios, com tradição (embora não na relojoaria) e os aficionados recebem em troca peças belíssimas, a um preço excelente, de uma marca que faz com que os seus relógios façam sentido.
De resto, a PointTEC tem também linhas de relógios produzidas com base numa outra marca de tradição aeronáutica  – Zeppelin.
O modelo 6664-2, que mostro aqui, é de uma nova gama, designada Hugo, a partir do nome do fundador da Junkers. Trata-se de uma máquina automática com data, criada a partir de um movimento mecânico Citizen Miyota 821A. A origem menos nobre (ou seja, não-Suíça!) deste mecanismo, permite propor este relógio a um preço extremamente competitivo de apenas €230 (preço médio em lojas online). A marca possui ainda outros modelos, mecânicos e de quartzo, muito interessantes e aos quais voltarei futuramente.

Edit: descobri entretanto (através do Anuário Relógios & Canetas) que esta marca tem representação em Portugal, através da SRI.

Mecânico ou automático?



Neste blog utilizo de forma indiferenciada os termos "mecânico" e "automático", embora saiba que não estou a ser 100% exato. Melhor dizendo: todos os movimentos automáticos são mecânicos, mas nem todos os movimentos mecânicos são automáticos.

Antes de avançar, devemos estabelecer desde já que a diferença é muito simples: um movimento mecânico automático é aquele em que não é preciso "dar corda" manualmente ao relógio, todos os dias, para que ele funcione; o movimento do pulso é suficiente para manter a corda sob tensão, através de um rotor que faz parte do mecanismo, pelo que o simples facto de colocarmos o relógio no pulso é suficiente para o manter em movimento.

As imagens acima mostram dois movimentos mecânicos suíços, ambos em relógios Steinhart. O da esquerda é um Unitas 6497, mecânico com corda manual; o da direita é um Valjoux 7750, automático, onde é perfeitamente visível o rotor, em dourado.

As coisas complicam-se depois um pouco porque existem relógios automáticos que também permitem "dar corda" manualmente ao relógio, o que é útil quando o relógio não tem qualquer reserva de marcha, enquanto outros só possibilitam mesmo o movimento a partir das oscilações dadas ao próprio relógio. Mas o mais importante é mesmo esta distinção: automático é um relógio com movimento mecânico ao qual não é preciso dar corda manualmente para que funcione.

Neste blog, e como a esmagadora maioria dos modernos movimentos mecânicos é também automática, usamos ambos os termos como sinónimos, por uma questão prática; mas sempre que surja uma ocasião em que o movimento mecânico não seja automático, daremos nota disso mesmo.

Casio Edifice & Sheen

Durante anos, a Casio foi conhecida sobretudo pelos seus clássicos relógios digitais e também pela gama G-Shock de relógios à prova de... tudo!

Mas mais recentemente introduziu também uma gama analógica com excelente relação qualidade-preço e design clássico e elegante, chamada Edifice.

Há pouco tempo, ao "passear" pelo site da Casio, descobri um conceito muito interessante, criado a partir da gama Edifice e que consiste na proposta de relógios a condizer, para homem e senhora: Edifice & Sheen.

Para cada relógio Edifice desta coleção, é possível criar um par com um relógio da gama Sheen que, apesar de ter a sua personalidade própria, vai buscar os elementos principais a um Edifice de referência. No caso dos modelos da foto, o Edifice é o modelo EF-500BP-7AV e o Sheen é o SHN-5000BP-7AV (note-se a referência numérica igual, após os primeiros caracteres de designação da gama). 

Em ambos os casos estamos na presença de cronógrafos analógicos com caixa e bracelete em aço, data e taquímetro. A resistência à água é de 100 metros no caso do Edifice e de 50 metros para o Sheen. O diâmetro do primeiro é de 39mm e o modelo de senhora tem 32mm. O preço ronda os €150 euros, sendo o Sheen cerca de 10 a 20 euros mais barato que o Edifice (valor médio de busca na Internet).

Vale a pena comprar relógios pela Internet?

Relógios.pt não tem (pelo menos por agora) compromissos comerciais com quaisquer marcas, fabricantes, distribuidores ou lojas.

Este é um blog pessoal, de alguém que gosta de relógios e que não aprecia ter de gastar muito dinheiro a comprá-los. Por isso, é natural procurar a forma mais barata de adquirir o relógio dos seus sonhos.

No entanto, se a Internet parece um admirável mundo à nossa espera, a realidade não é bem assim. Pela minha (curta) experiência, cheguei a várias conclusões que partilho aqui convosco:

1. Há marcas que não permitem a sua venda através da Internet. O que significa que se encontrar um relógio dessa merca à venda online (por exemplo, na eBay), o mais certo é tratar-se de uma contrafação. A menos, claro, que seja um relógio em segunda mão.

2. Mesmo no caso de marcas que permitem oficialmente a venda através da Internet, tal não significa que os preços sejam melhores online do que numa loja em Portugal. Pelo contrário: por exemplo, vários modelos Swatch à venda na Boutique dos Relógios são mais baratos do que em lojas britânicas, onde normalmente os preços são melhores.

3. Em muitos casos em que o preço é inferior online, a diferença (5% a 10%) não compensa o risco de mandar vir algo que não se experimentou no pulso e que teremos dificuldade em devolver.

4. Dito isto, há pechinchas interessantes: na eBay, com os riscos inerentes a este site, com relógios em segunda mão; e na Amazon, sobretudo na amazon.co.uk, mas também na amazon.es. No entanto, tenha em atenção que apenas os relógios vendidos diretamente pela Amazon, e via Amazon.es, incluem portes grátis para Portugal. Este site é também interessante.

5. Há também casos de marcas, caso da Steinhart e da Christopher Ward, que só fazem vendas diretas a partir dos seus sites. Nestes, não há sequer comparação a fazer, pois são relógios que não se encontram nas lojas.

6. Cada caso é um caso: vale sempre a pena procurar, porque se algumas marcas/modelos não valem a pena ser adquiridas online, outras há em que o inverso é verdade. E há também alguns modelos que as marcas, por razões comerciais, não trazem para Portugal e que só podem ser adquiridos online.

7. Se decidir mesmo comprar online, opte por sites europeus, por uma questão de proximidade, segurança e para evitar problemas de alfândega.

Edit: leia mais sobre este assunto aqui.

C50 Malvern COSC


Christopher Ward não é propriamente uma marca conhecida e, quando descobrimos que se trata de uma empresa britânica, a admiração é ainda maior: "Ingleses a fazer relógios...? Nonsense!"
E no entanto... A marca é uma de muitas (bem, pelo menos algumas) que não tendo a tradição a seu favor, também não tentam passar gato por lebre. E conjugam bom gosto, movimentos (sobretudo) Suíços, (quase sempre) mecânicos e... preços razoáveis.
A foto ao lado representa o que de melhor esta abordagem à relojoaria tem para oferecer. O modelo é um cronómetro C50 Malvern Automatic da Christopher Ward, um dos mais belos relógios desta marca britânica.
A máquina é baseada num movimento ETA 2836-2 com dia e data cuja precisão foi certificada pela COSC, razão pela qual pode ser classificado oficialmente como cronómetro.
Como a Christopher Ward vende exclusivamente de forma direta através do seu site, o preço consegue ficar numas muito razoáveis (para um cronómetro mecânico) £599, valor que desce para cerca de £499 no caso de encomendas provenientes fora da Comunidade Europeia (devido a não ser cobrado do IVA).
A foto mostra o modelo em aço prateado e bracelete em pele castanha, mas existem variações com a caixa em dourado e braceletes em castanho e em preto.

Braun BN0087 Black

A entrada da Braun no negócio dos relógios trouxe consigo o design industrial alemão minimalista pelo qual a emblemática marca de produtos eletrónica de consumo se tornou famosa.
O modelo BN0087 pertence à gama de modelos com movimentos de precisão absoluta, controlados por rádio frequência.
Disponível em preto, branco e cinzento, é um modelo de 42mm de diâmetro com caixa em aço e bracelete em malha de aço da mesma cor. O mostrador é protegido por vidro mineral resistente a riscos. A Braun indica para este modelo uma resistência á água de 5 atm (50 metros).
As declinações cinza e branca têm um preço de referência de €250 enquanto o modelo em preto vale €295.
O minimalismo Bahaus é apenas quebrado pela cor amarela do ponteiro dos segundos e pela presença de uma janela de data com numeração digital em cristais líquidos.
A receção dos sinais de rádio para sincronização do relógio é feita, na Europa Ocidental, a partir das estações DCF77, também usadas para sincronizar relógios atómicos. Na prática, isto significa que um destes relógios jamais se desacertará, a menos que o seu proprietário resida fora da Europa ou viaje longos períodos para áreas onde este sinais não sejam recebidos.

04 janeiro, 2013

Cronómetro vs. Cronógrafo



Entre os leigos (grupo no qual não deixo de me encontrar...), existe normalmente uma grande confusão entre cronómetro e cronógrafo.

O principal problema é que em português se usa habitualmente o termo cronómetro para designar o que em língua inglesa se designa por stop watch que é, literalmente, o que o nome indica: um relógio em que é possível fazer parar a medição do tempo. Penso não estar a dizer um grande disparate ao traduzir "stop watch" por "cronómetro de mão" (imagem do centro).

Estes aparelhos de medição do tempo não são sequer relógios no sentido estrito, pois medem apenas a duração de eventos no tempo e não foram feitos para medir o passar dos dias. E há até cronómetros de cozinha, mas isso já não tem a ver com a relojoaria que nos interessa!

Um cronógrafo é, assim, um relógio com uma complicação de cronómetro de mão e que pode ou não ser ele mesmo um cronómetro. Porque cronómetro, no sentido que lhe damos em relojoaria, é um "mecanismo submetido com sucesso a testes de precisão, tendo-lhe sido atribuído um certificado de uma entidade oficial", habitualmente emitido pela COSC. No caso desta organização, a certificação de cronómetro só é passada a relógios que, além dos critérios de precisão, possam medir os segundos em permanência – ou seja, tipicamente um relógio de três ponteiros: horas, minutos e segundos.

Note-se que é também possível que um cronógrafo, desde que certificado como tal, possa ser ao mesmo tempo também cronómetro.

Encontram-se inúmeras referências na Internet sobre as diferenças entre cronómetros e cronógrafos, como por exemplo aqui, aqui e aqui.