23 janeiro, 2015

Withings Activité

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Se os leitores forem como eu, o mais certo é olharem para os chamados smartwatches com o mesmo desprezo que lhes voto. É evidente que esta nova categoria de produtos tem um lugar no mercado, mas não sinto que seja para mim – se estou a usar um smartwatch fico sem espaço para usar outro relógio qualquer. Contudo, o Withing Activité pertence a uma sub-categoria, a dos “activity trackers” ou “fitness trackers” e muda as regras do jogo.

Trata-se de dispositivos bastante mais simples do que  os smartwatches e que se destinam a registar a atividade física – e bem como os momentos de repouso – do seu proprietário. Alguns são apenas uma bracelete sem ecrã para andar no pulso (com a vantagem de permitirem que continuemos a usar o nosso relógio favorito), outros podem ser um pouco mais sofisticados e terem até um pequeno ecrã e outras funções – com a desvantagem no entanto de já tornarem o relógio redundante.

E é por isso que considero o Withings Activité como uma excelente proposta. Trata-se de um relógio – Swiss Made! – de excelente design e execução que incorpora funcionalidades de registo de atividade. Aliás, se não lhe disséssemos nada, o mais certo era olhar para o sub-mostrador às 4H00 como um ponteiro de pequenos segundos. Mas não, trata-se na verdade do indicador de atividade diária.

O relógio possui uma bateria interna não recarregável com duração para 8 meses e comunica com o smartphone via Bluetooth 4.0 LE através de uma app que efetivamente oferece as restantes funcionalidades.

Disponível nas duas versões que a foto mostra, este parece-me o melhor compromisso que vi até hoje entre relojoaria e novas tecnologias. A parte de relógio tem um movimento de quartzo, caixa em aço e mostrador protegido por vidro de safira. A bracelete de pele é standard e a marca oferece ainda uma segunda bracelete de silicone, mais adequada para a utilização em prática desportiva.

A única coisa que me leva a torcer um pouco o nariz é o facto de me parecer que o relógio é demasiado pequeno – apenas 36mm de diâmetro. O que é estranho, num mundo de smartwatches sobredimensionados e onde até os relógios de senhora cresceram bastante em termos de tamanho médio.

O preço é de uns muito razoáveis €390, disponível a partir do website da empresa. Um modelo mais acessível, com as mesmas funcionalidades mas em plástico, está também disponível, por apenas €150.

21 janeiro, 2015

Stührling Aviator 699

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Tento pensar que não sou um snob dos relógios – afinal, este é um blog sobretudo sobre modelos baratos! Contudo, como também já escrevi anteriormente, mesmo o que é barato para mim pode ser caro para outros (e desprezível para quem anda mais “lá em cima” na gama de preços). Mas há coisas que evito. Uma delas é falar de “réplicas” – um nome fino para “contrafações” –  que considero não serem dignas do pulso de ninguém.

Pior: porquê um Rolex falso no pulso (ou um Breitling, ou um IWC) quando há marcas legítimas que oferecem excelente relação preço/qualidade? Dito de outra forma, porquê comprar gato por lebre, se há lebres no mercado que são boas, bonitas e baratas… e muito melhores que os gatos?

A Stührling não produz falsificações, mas é uma marca que me deixa algo desconfortável porque não é 100% clara nas suas intenções e produz relógios com preços “impossíveis” – ao mesmo tempo que, quando assume taxativamente usar movimentos como o ETA 7750, não consegue preços melhores do que marcas como a Junkers ou a Steinhart, bem pelo contrário.

Contudo, a verdade é que a marca consegue criar peças originais por muito pouco dinheiro. E, pessoalmente, ver-me-ia mais facilmente usar um destes relógios baratos do que uma réplica a “armar ao pingarelho”. Uma dessas peças originais é este Aviator 699, disponível num total de três variantes. Trata-se de um relógio de estilo militar que utiliza um movimento de quartzo japonês produzido pela Seiko/Epson, com a referência VX43E11C. É um movimento que oferece dia e data mas cuja maior originalidade é a exibição do dia da semana através de uma escala vertical permanente: o dia é assinalado com um ponto vermelho junto à designação do dia (abreviado a partir do Inglês com os dois primeiros caracteres).

A execução da Stührling é o que me parece mais conseguido, com uma muito feliz opção pelo estilo militar e dupla escala para horas e minutos/segundos. Note-se o pormenor de os ponteiros de horas e minutos serem esqueletonizados (abertos) de forma a não interferir com a leitura do dia.

A caixa em aço tem 44mm de diâmetro e a marca anuncia uma muito razoável resistência à água de 10 atmosferas. Índices, numerais e ponteiros têm tratamento com material luminescente para visibilidade no escuro. A bracelete é em pele, com 22mm de largura.

O preço para toda esta originalidade? À data que escrevo, era possível encontrar qualquer uma das três variantes na Amazon.com com o mesmo preço: 55 dólares – ou seja, menos do que €50! – mesmo para esta variante, com caixa em PVD preto, acabamento que normalmente acarreta um custo superior. Mesmo que não seja um relógio para durar muito, é um preço que deixa pouca margem para hesitações.

09 janeiro, 2015

Luminox Field Automatic A.1801




Luminox Field Day Date A.1801
anteriormente falámos da Luminox, marca norte-americana que produz relógios com movimentos suíços e cujo nome deriva da utilização em todos os seus modelos de iluminação permanente do mostrador (índices e ponteiros) através de tubos de trítio, que não carecem de exposição prévia à luz.
Os Luminox não são propriamente relógios baratos, muito embora a execução oferecida seja bastante cuidada, com materiais de alta qualidade e movimentos suíços de quartzo (Ronda) ou mecânicos (ETA).
É caso deste modelo com a referência A.1801 o qual pertence à família Land da marca. A série 1800 inclui ainda um cronógrafo baseado no movimento ETA Valjoux 7750. Quanto a este A.1801, utiliza um ETA “três ponteiros” com dia e data às 3H00 – uma funcionalidade que os leitores deste blog sabem que aprecio bastante.
A Luminox não indica qual a referência do movimento usado mas, dadas as funcionalidades, só pode ser um ETA 2836-2 ou um ETA 2678 – tecnicamente idênticos tirando o facto de serem fisicamente diferentes, com 17,20mm de diâmetro no último caso e 25,60mm no primeiro. Tendo em consideração que é aqui usada uma caixa com 43mm de diâmetro, o mais provável é que seja um 2836-2.
Além dos 14 tubos de trítio usados – 12 para marcar os índices e mais dois para os ponteiros – este modelo oferece ainda resistência à água até 10 atmosferas (100 metros), coroa de rosca, mostrador com vidro de safira e fundo em vidro para a observação do movimento. A bracelete, como se pode ver pela foto, é em pele castanha.
O único problema do relógio é o seu preço. O valor de cerca de €800 que encontrei por pesquisa online está no topo do que é aceitável para um relógio com estas características. A marca tem distribuição em Portugal, pelo que não será difícil encontrar/encomendar em lojas físicas.

07 janeiro, 2015

Omega Planet Ocean 600m Axial Chronograph

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O primeiro relógio BBC (Bom, Bonito mas Caro) do ano é este belíssimo Omega Planet Ocean de mergulho, com resistência à água até 60 atmosferas (600 metros), válvula de hélio, movimento cronógrafo coaxial e certificação de cronómetro.

Para a minha geração (tenho 51 anos), a Omega é uma marca que sempre foi símbolo de relógio de qualidade, muito embora quando era mais novo nunca me tenha apercebido de que os seus preços eram tão elevados como de facto são… O preço em Portugal desta variante que vos trago hoje é de €6.600.

A gama Planet Ocean com este movimento cronógrafo coaxial inclui um total de 11 modelos, sendo este em particular (ref.ª 232.30.46.51.01.001) aquele que me parece que melhor representa esta família, com a sua caixa e bracelete em aço. Outros modelos incluem braceletes em pele e em borracha; mostrador em azul cobalto; bisel em laranja; e caixa em titânio ou ouro rosa.

A família Planet Ocean foi criada pela Omega em 2005, mas ninguém diz que este é um desenho já com uma década: é tão belo quanto intemporal e conseguimos imaginá-lo perfeitamente a passar de geração em geração sem nunca perder a sua beleza e apelo estético.

De resto, os materiais usados na sua construção ajudam bastante a que dure uma eternidade: a caixa em aço inoxidável de 45,5 mm de diâmetro é orlada por um bisel unidirecional rotativo em cerâmica preta e o mostrador é protegido por vidro de safira.

O movimento usado é o lendário calibre Omega 9300, o qual é visível através da janela em vidro do fundo da caixa. Para além dos aspetos técnicos deste movimento, um dos resultados práticos oferecidos prende-se com a utilização de dois tambores de corda montados em série, que permitem uma reserva de marcha de cerca de 60 horas.

05 janeiro, 2015

Mondaine Helvetica


A Mondaine, a lendária marca que criou os icónicos relógios dos caminhos de ferro suíços, desenhados em 1944 e desde 1986 também disponíveis como relógios de pulso, retoma agora outra tradição do design suíço, a fonte Helvetica, que utiliza como inspiração para o desenho de uma nova linha homónima de relógios e que, tal como os tipos de letra originais, está disponível em três versões: Light, Regular e Bold.

A fonte é usada na escala horária bem como nas inscrições do mostrador e até mesmo na janela de data às 6H00. No entanto, é a inspiração do desenho limpo e utilitário que está presente em toda a conceção do relógio. Por exemplo, a espessura do traço dos carateres (do mais fino Light até ao mais espesso Bold) serve de ponto de partida para o desenho da caixa, com biséis sucessivamente mais proeminentes.

Além disso, há outras diferenças, com o mostrador do modelo Light a receber numerais apenas nas posições horárias 12 e 6; o Regular a usar a fonte Helvetica em toda a escala horária, e o Bold apenas a recorrer a numerais nas posições 12, 3, 6 e 9.

Ao todo existem 15 variantes destes três modelos (7 Light, 5 Regular e 3 Bold) com cruzamento de diferentes dimensões de caixas (de 26mm até 43mm), cor e material das braceletes, cor do mostrador e cor das caixas.

Todos os modelos utilizam três diferentes movimentos de quartzo suíços: Ronda 1063 para os Helvetica Light de 26mm e Ronda 715 para os de 38mm bem como para todos os Helvetica Regular, quer os de 33mm quer os de 40mm; e Ronda 515 para os Helvetica Bold.

Apesar de ter usado a foto de um dos Helvetica Regular, nomeadamente o modelo MH1.R2210.SM, gosto de praticamente de todos. Contudo, este é um daqueles casos que, no final, acho que nos estão a pedir demasiado dinheiro pelo que é oferecido.

É verdade que todos estes relógios têm mostradores com vidro de safira, mas já torço o nariz às caixas com fundo encaixado por pressão e que não oferecem praticamente qualquer proteção contra os elementos (3 atmosferas...) e preços superiores a 300 euros – um valor que já permite comprar relógios mecânicos interessantes... se não formos snobs com a marca.


02 janeiro, 2015

Lorus RP659BX9

 

Já por várias vezes falei aqui da Lorus, marca do grupo Seiko com imensos relógios abaixo de €100. É o caso deste interessante modelo que pertence à coleção Dress da marca japonesa e que está disponível em nada menos do que 9 variantes, com diferentes braceletes e cores de caixa e mostrador.

O movimento usado é o calibre de quartzo VD75 e a sua característica mais interessante é a utilização de dois sub-mostradores parcialmente sobrepostos, nas posições das 3H00 e 6H00, indicando a data (dia do mês) e os segundos, respetivamente.

A caixa em aço tem 42mm e uma resistência à água anunciada (orgulhosamente no mostrador!) de 5 atmosferas (50 metros), o que significa apenas que não terá de se preocupar com a chuva ou os salpicos ao lavar as mãos, mas que nada de mais molhado deverá fazer com o relógio no pulso, como tomar banho ou ir com ele para dentro da piscina.

O desenho do mostrador (protegido por vidro mineral), com índices em vez de numerais, coaduna-se perfeitamente com as pretensões de um dress watch. O resultado final é realmente elegante e o desenho sugere que estamos na presença de um relógio bem mais caro do que realmente é – podemos encontrá-lo online a menos de 90 euros, mesmo nesta variante com bracelete em aço.