27 novembro, 2023

Citizen Tsuyosa: elegante e automático


Sinceramente, acho que a Citizen é uma das marcas mais sub-apreciadas da indústria relojoeira, especialmente quando a comparamos com a sua rival japonesa Seiko. Julgo que isso se deve ao facto de que esta se concentrou em criar relógios mecânicos baratos e, desta forma, conquistou o coração dos entusiastas, enquanto a aquela sempre apostou mais em movimentos de quartzo, nomeadamente o lendário EcoDrive, no qual a pilha é recarregável e alimentada pela luz.

Contudo, a Citizen nunca deixou de apostar nos movimentos mecânicos, muito embora seja mais conhecida pelas máquinas que fornece a milhares de marcas independentes em todo o mundo, através da sua subsidiária Myiota, que tem criado movimentos fantásticos, quer de quartzo quer automáticos, em diferentes gamas de qualidade e preço.

Mas desde 2022 que temos assistido a um esforço por parte da marca em criar relógios automáticos de qualidade a baixo preço, utilizando os seus próprios movimentos. É um destes esforços que hoje aqui vos trago, sob a forma do Tsuyosa, um elegante dress watch automático de excelente design e com um preço também ele muito bom.

Quero começar pelo nome que, parecendo que não, é importante. Julgo que a marca fez uma boa opção ao baptizar este relógio em vez de usar um conjunto genérico de números e letras. É assim que se criam marcas e se cultiva a lealdade dos clientes. Além disso, o nome não só é bonito como significa, em japonês, "força" e "poder/energia").

O relógio tem proporções muito boas, com caixa de 40mm e espessura de 11,7mm (resistência à água de 50m). A coroa surge às 4h00, que é o detalhe que menos me agrada; trata-se de algo que faz sentido em relógios de dimensões maiores, para ser mais prático de usar, mas não tanto aqui, além de quebrar um pouco a simetria do conjunto.

Contudo, não será um deal breaker para a maioria dos potenciais interessados. Até porque o resto do conjunto tem tudo para agradar, incluindo mostrador com vidro de safira e fundo roscado com vidro para observação do movimento. Todas as variantes têm bracelete em aço que se integra perfeitamente com a caixa, de clara inspiração "anos 70".

O mostrador é simples e bem desenhado, com índices nas posições horárias e janela de data, com lente, às 3h00. Em todas as variantes, índices e ponteiros têm tratamento luminescente para brilho no escuro. O movimento usado é o calibre Citizen 8210

Existem diferentes opções de cor. Esta da foto, em azul, é a referência NJ0150-81L. Mas há outras cores, nomeadamente preto, verde, amarelo, azul turquesa e azul "sun burst". O preço de referência de todas estas variantes é de uns super-razoáveis 289€. Por mais dez euros, há uma versão com mostrador cinza e caixa e bracelete em aço/dourado. Por 310€, a marca propõe uma variante com caixa e bracelete totalmente em dourado e mostrador vermelho "sun burst".


15 novembro, 2023

Mondaine lança nova versão do Stop2Go!


Desde que falei aqui no blog do Stop2Go que eu aguardava este momento. A Mondaine já tem à venda a partir do seu próprio website a nova versão deste icónico relógio, em que o ponteiro dos segundos demora 58 segundos a dar uma volta ao mostrador e, depois de uma pausa de dois segundos, prossegue o seu caminho, ao mesmo tempo que o ponteiro dos minutos, que ficou parado este tempo todo, avança um minuto.

As funcionalidades e caraterísticas técnicas mantêm-se inalteradas, pelo que vos remeto para o post original. No entanto, há duas grandes novidades que vale a pena abordar.

A primeira é que este novo modelo integra um movimento também ele novo. Isto deve-se, ao que tudo indica, a problemas graves de fiabilidade do movimento anteriormente usado, e que levou a que a marca suíça descontinuasse o Stop2Go há cerca de 3 anos. Há uns tempos enviei uma mensagem ao suporte ao cliente da Mondaine perguntando para quando poderíamos esperar uma nova iteração do relógio e foi-me dito que "estavam a tratar disso". O que, claro, significa coisa nenhuma... 

Confesso que tinha perdido a esperança, até que visitei este mês o site da Mondaine e descobri o novo Stop2Go, que tem agora a referência MST.4101B.LBV.2SE (variante da imagem, com bracelete em pele artificial preta). Existem também variantes com bracelete em aço e com o mostrador preto. É também possível adquirir uma bracelete vermelha.

A segunda novidade é a ausência de coroa na caixa. O ajuste do relógio é feito através de um botão de pressão semelhante ao que surge por vezes em relógios automáticos para ajuste da data. Para se perceber como é que o ajuste é feito, é dar uma vista de olhos ao manual ou a este vídeo.

O PVP é de 619€, cerca de 20€ superior ao do modelo anterior. É caro, mas se for mais fiável, já valerá a pena.

12 novembro, 2023

Timex Expedition North® Titanium Automatic: no bom caminho

 

Não faço ideia de que tipo de substâncias anda o pessoal da Timex a consumir, mas parecem ser de boa qualidade! O novo Expedition North da marca é apenas um de vários novos modelos que indicam uma viragem da marca no sentido de produzir relógios com (bastante) mais qualidade do que até agora. 

Vale a pena começar pelas especificações: caixa em titânio com acabamento beadblasted, vidro de safira, resistência à água até 200 metros, movimento mecânico automático e fundo de observação em vidro. A bracelete é têxtil, produzida a partir de plástico oceânico reciclado. Tudo isto por um PVP (a partir do site europeu da marca) de 349€, que pode ainda receber um desconto de 15%, se o visitante do site se inscrever para receber a newsletter da marca.

Nada disto significaria coisa alguma caso o resultado fosse um desastre. Mas não é. O mostrador é extremamente bem desenhado, com numerais arábicos bem legíveis (e luminescentes no escuro) em todas as posições exceto às 12 e às 3 horas, onde encontramos uma janela de data.

O equilíbrio do conjunto é complementado pela excelente escolha das dimensões. O diâmetro da caixa é de 41mm e a espessura é de 12,5. O resultado é um field watch onde nada parece ter sido deixado ao acaso.

Já aqui no blogue critiquei, no passado, a Timex por apresentar relógios com movimento automático a preços que me pareceram excessivos, mas nada neste modelo me impede de considerar que estamos na presença de um produto com uma excelente relação qualidade/preço.

Em breve, trarei ao blogue outros Timex recentemente lançados e que confirmam a seriedade com que a marca está a encarar a sua posição no mercado.  


15 setembro, 2023

Suunto Peak e Core All Black: os relógios de The Equalizer

 


Gosto muito da franchise The Equalizer, que este ano chegou ao fim com o lançamento de The Equalizer 3, ainda em exibição nas salas portuguesas. O protagonista, interpretado por Denzel Washington, chama-se Robert McCall, um homem de poucas palavras e que só muito relutantemente decide entrar em ação. Os filmes da série são uma espécie de John Wick em câmara lenta – no bom sentido!

Mas há outro protagonista: o seu relógio. É algo que surge por escassos segundos no ecrã mas que tem um grande significado, porque inicia uma contagem regressiva, no final da qual só a personagem de Denzel sai de cena com vida. 


A primeira vez que vi o The Equalizer original, fiquei com a ideia de que o relógio seria um Timex IronMan ou até algum prop especificamente criado para o filme. Mas não. Descubro agora que se trata de um Suunto, uma marca finlandesa que eu desconhecia em absoluto.

E, no entanto, ela anda por cá há já algum tempo. De acordo com a informação no website oficial, a Suunto foi fundada em 1969 por Tuomas Vohlonen, um aventureiro finlandês, que criou o primeiro produto da empresa: uma bússola especial, mais precisa e robusta que os modelos disponíveis na altura.

Hoje, a Suunto tem uma vasta gama de produtos onde podemos ainda encontrar bússolas, mas também relógios e computadores de mergulho e relógios desportivos. É neste último grupo que descobrimos os dois relógios usados por Robert McCall nos três filmes: o Suunto Core (nos dois primeiros) e o Suunto 9 Peak, que surge em Equalizer 3, em ambos os casos em versões "all black".

Os dois modelos oferecem imensas funcionalidades, além da medição do tempo, incluindo altímetro, bússola, termómetro e até medidor de profundidade, nos casos em que são usados para mergulhar. No entanto, o Suunto 9 Peak é o mais interessante dos dois, com uma construção que inclui proteção do mostrador com vidro de safira e resistência à água até 100 metros, e muitas funcionalidades adicionais que o colocam mais próximo de um smartwatch.

Ambos têm vantagens e desvantagens. O Suunto 9 Peak é o mais usável no dia-a-dia, uma vez que tem um diâmetro de 43mm, contra uns substanciais 49mm no caso do Core. No entanto a sua bateria recarregável dura apenas duas semanas, contra um ano da bateria (substituível) do Core.

Além das funcionalidades adicionais e do vidro de safira, o preço mais elevado (já lá vamos...) do Suunto 9 Peak também se justifica por um detalhe de construção bastante importante: possui uma caixa em titânio, enquanto o Core oferece apenas uma caixa de material compósito, bastante mais frágil.

Encontramos ambos os relógios à venda na Amazon Espanha, onde a Suunto tem uma loja oficial. O Suunto Core All Black custa 159 euros e o Suunto 9 Peak All Black fica por 219€, em ambos os casos com portes gratuitos para Portugal.




24 junho, 2023

Orient Mako RA-AA0818L19B: à terceira é de vez

 


A nomenclatura inescrutável da Orient tem levado a comunidade de entusiastas, ao longo dos anos, a criar os seus próprios nomes memoráveis para cada uma das gamas da marca japonesa, independente mas parte do grupo Seiko desde 2008.

É assim com a gama Kamasu, de que falei há relativamente pouco tempo, do Bambino (idem), do Ray e, claro, do lendário Mako.

O modelo que voz trago hoje tem a referência RA-AA0818L19B (!) mas ficará certamente conhecido pelo nome de Mako III, visto tratar-se da terceira geração deste modelo. O Mako distingue-se facilmente dos outros relógios de mergulho da Orient pelo facto de usar numerais nas posições 12, 6 e 9, com janela de dia e data às 3h00.

Esta última iteração do Mako traz consigo melhorias significativas face aos anteriores modelos, sendo a mais óbvia a utilização de vidro de safira no mostrador. É algo que a Orient parece estar a fazer em cada nova geração das suas coleções, o que se saúda, claro, tanto mais que a casa-mãe (Seiko) continua a insistir no vidro mineral endurecido (hardlex) até mesmo em relógios que custam o dobro de modelos Orient equivalentes.

Outra alteração é o bisel unidirecional rotativo, cujo movimento foi melhorado, sendo agora de 120 cliques, ou seja, dois por cada minuto no mostrador. As proporções mantêm-se praticamente inalteradas, com caixa de 40,5 mm. O movimento é o automático Orient F6992, usado desde a segunda geração Mako, e que permite paragem de segundos ("hacking") e corda manual. Ao contrário do que acontecia na primeira geração Mako, com um poussoir às 2h00 para a data, todo o movimento é controlado por uma única coroa às 3h00.

Este modelo ainda não se encontra nem no website oficial da marca, nem sequer para venda na Amazon, mas não há-de faltar muito. Outras lojas online, como a Tuswatches, estão a vendê-lo por cerca de 250€, quando o preço de referência da marca parece ser de 400€. Ou seja, como sempre quando falamos da Orient, um excelente negócio.

Há ainda variantes de cor, nomeadamente branco/champanhe, bordeaux e preto.