Isto significa que, num relógio destes, quando o ponteiro das horas aponta para o algarismo 4, sabemos que são 4 da madrugada e não 4 da tarde – porque se fossem 4 da tarde, o ponteiro das horas estaria a apontar para as 16... na posição onde habitualmente estariam as 8!
Uma utilização casual de um destes relógios (alternando com modelos convencionais) pode provocar alguma confusão, porque estamos habituados a "ver as horas" através da posição relativa dos ponteiros, ignorando os algarismos. De resto, é por isso que existem relógios que, por questões estéticas, usam apenas índices às 12h00 ou prescindem até totalmente de qualquer marcação no mostrador – e mesmo assim conseguimos saber "que horas são".
Ora isso deixa de ser possível nos relógios de 24 horas. Para quem gosta deles, o ideal é usá-los com frequência, até se tornar num (novo) hábito a leitura das horas num só olhar. Ou então, assumir que os vamos adquirir como peça de coleção.
Acresce ainda um outro problema frequente com os relógios de 24 horas, pelo menos para mim: tendem a ser... muito feios! :-) Ou, mesmo quando não são feios, os seus mostradores são demasiado busy, com resultados esteticamente duvidosos.
É por isso que vale a pena uma referência a uma nova edição especial limitada do Museu do Relógio, o Vinte4. Equipado com um movimento automático com data Vostok 2431 modificado, com acabamentos tipo cotes de Géneve e parafusos polidos em aço azul, este relógio possui uma caixa em aço de 42 mm com revestimento em PVD negro.
O diâmetro da caixa permitiu criar um mostrador que se adequa muito bem à exibição de uma escala completa de 24 horas. A opção de exibir apenas as horas pares e deixar as ímpares a cargo de índices triangulares parece-me uma boa ideia, porque mantém o mostrador relativamente "limpo" e evita precisamente o que não gosto de ver em muitos dos relógios deste género, que é uma profusão de números que acaba por não resultar muito bem, além de dificultar a leitura das horas.
O resto da execução é de excelente nível (já estive com o relógio na mão...), com mostrador de vidro mineral anti-reflexo e bracelete em pele negra de boa qualidade. O preço para esta edição limitada a 50 unidades (que, aparentemente, estarão quase todas vendidas à data deste post) é de uns muito razoáveis 360€. A venda é feita a partir do website do Museu do Relógio e o valor já inclui portes. É possível trocar a bracelete normal por uma Hirsch (por mais 25€) que, além da qualidade superior, tem pesponto vermelho que condiz com os detalhes do mostrador e do ponteiro dos segundos.
Um vídeo com a montagem do relógio nas oficinas do Museu do relógio em Évora pode ser visto aqui: