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18 novembro, 2019

Meia Lua Boreal Moonrise




Falei aqui do Meia Lua pela primeira vez no final de 2017 e, cerca de um ano depois, o responsável pela marca fez-me chegar um modelo para testes. Pedi-lhe o Boreal Moonrise porque me parece que, de todas as variantes, este é o que possui o mostrador mais bonito e original.

Acontece que já tive o relógio comigo desde há quase um ano, já o devolvi e... nunca mais tive oportunidade de escrever o teste, com as minhas impressões em primeira mão.

Esta semana voltei a encontrar o Gonçalo, fundador e CEO da empresa, que me perguntou pela review. E pronto, aqui estamos: prometi-lhe que a faria nos próximos dias e, desta vez, não quero falhar, até porque fiquei a saber (eis uma notícia em primeira mão para os leitores do blogue!) que está prestes a ser lançado um novo modelo, o qual chegará no início de 2020.

Isto são, de resto, excelentes notícias, porque provam que o projeto da Meia Lua chegou a bom porto e correu suficientemente bem para prosseguir com mais modelos. Mas vamos então às minhas impressões sobre este relógio.

Como sabem, a maior parte do que escrevo neste blogue é baseado em informação disponível online (a maioria) ou em press-releases que as marcas me enviam (menos frequente, mas acontece). Mas a realidade é que, tanto quanto possível, não devemos comprar um relógio sem o vermos primeiro "ao vivo" e, de preferência, depois de o colocarmos no pulso.

Há coisas que uma foto e uma lista de especificações não são capazes de transmitir. A qualidade de construção, por exemplo, é algo intangível e que só ao pegarmos no objeto somos capazes de sentir. Dizer que uma bracelete é de pele ou de aço é relevante; mas "há pele e pele", como também "há aço e aço" e nada substitui o contacto físico com o relógio.

Isto é relevante porque tem a ver com a experiência de pegar num Meia Lua. É verdade que o relógio parece bom, especialmente para preço pedido, mas o verdadeiro teste é pegar nele e sentir a sua eventual qualidade. Ora, o que mais impressiona no Meia Lua é exatamente a sua qualidade real. E que é tanto mais impressionante quanto se trata do primeiro modelo de uma empresa jovem e sem qualquer tradição relojoeira.

Este é o maior elogio que posso fazer ao Meia Lua: é um produto acabado, sem qualquer vislumbre de amadorismo ou, pior, de atalhos seguidos para poupar dinheiro. Aliás, o contrário é verdade: os pormenores são impressionantes, desde a coroa personalizada com uma meia lua, o cuidado posto no desenho do mostrador, o material luminescente aplicado aos índices e ponteiros, o fundo em vidro para observação do movimento, a caixa com resistência até 10 atmosferas, a bracelete com mola de libertação rápida, o acabamento polido/escovado da caixa em aço...

O relógio não possui qualquer deal breaker para mim. Isto é, ao preço que é pedido, comprá-lo-ia sem hesitação; afinal, estamos na presença de um relógio automático como movimento japonês (de origem Citizen/Miyota), com vidro de safira e por menos de 370€.

A cor verde, nesta variante, é muito bonita e o mostrador (a "cara" do relógio) é extremamente bem conseguido. O desenho do mostrador é, em parte, determinado pelo movimento escolhido, que neste caso é o Miyota 8217. Trata-se de um movimento automático da gama Standard da marca japonesa, que oferece como complicações adicionais o sub-mostrador de 24 horas às 9 horas e uma janela de data que a Meia Lua decidiu aqui abrir na posição das 4h30.

A escala horária usa um misto de índices e numerais nas principais posições e o mostrador possui ainda uma escala secundária de minutos/segundos, graduada de 0 a 55. Relativamente ao resto das opções estéticas, gostaria que o triângulo às 12h00 fosse desenhado com a ponta para cima e não para baixo (algo que, de resto, muitas marcas consagradas também fazem nos seus relógios inspirados pela aviação). A razão é simples: os relógios de aviação devem ter o triângulo para cima e os de mergulho, o triângulo para baixo, pelas razões óbvias!

Outro detalhe é a menção da frequência do movimento na posição das 6 horas, que me parece estar a mais, mas aqui já sou eu a embirrar com detalhes a que, provavelmente, ninguém mais liga.

Este relógio está também disponível numa variante interessante, especialmente bonita em conjugação com o mostrador verde, com caixa em aço de cor bronze/dourada.

Em conclusão: o Meia Lua Boreal Moorise vale tudo o que a Meia Lua pede por ele e, na realidade, não me chocaria que pedisse mais (uns 399€ parecer-me-iam um valor perfeitamente razoável). Sabendo do sucesso deste primeiro modelo e já tendo conhecimento sobre o novo que irá ser lançado em breve, não tenho dúvidas de que a marca está lançada e que tem à sua frente uma longa e promissora história.






01 novembro, 2018

Relógios do Quotidiano no Grande Prémio de Relojoaria 2018


O Grande Prémio de Relojoaria do Anuário Relógios e Canetas tem este ano a sua segunda edição e, tal como no ano passado, é possível a qualquer pessoa votar para a categoria da Escolha do Público.

Há 21 relógios em competição (3 para cada uma das 7 categorias a concurso), mas a única que nos interessa é a dos "Relógios do Quotidiano", uma tradução portuguesa para o que no setor se costuma designar de "daily driver": uma peça não muito cara que usamos no nosso dia-a-dia sem preocupações de maior.

Os requisitos desta categoria são apenas dois: o preço tem de estar abaixo dos 1000 euros e o movimento usado deverá ser mecânico.

A votação para a Escolha do Público pode ser feita aqui (em qualquer peça, e não necessariamente nestas três que aqui vos apresento). Eis as três peças a concurso na categoria Relógios do Quotidiano:

Seiko Prospex Save The Ocean


A marca japonesa apresenta a concurso o modelo Save The Ocean da gama Prospex, na tentativa de repetir o êxito do ano passado, em que ganhou efetivamente a Escolha do Público com um relógio semelhante.

O modelo deste ano é virtualmente igual ao que ganhou o ano passado, pelo que não me vou alongar em detalhes, uma vez que podem consultar o link aqui. A referência a concurso em 2018 é a SRPC93K1, cuja principal diferença reside no seu (muito bonito) mostrador (e bisel) azul. O preço de referência é da ordem dos 400 euros.


Meia Lua Inception


O segundo concorrente à categoria de Relógio do Quotidiano é português. Trata-se do modelo Inception Deep Moon Black da Meia Lua.

Não me vou alongar muito na descrição porque tenho agendada uma análise aprofundada deste modelo, que a marca se disponibilizou a enviar para teste. 

É um relógio cujo principal argumento é a relação preço/execução: apenas 329€ por uma máquina equipada com um movimento automático Miyota, caixa em aço com revestimento PVD e vidro de safira com tratamento antirreflexo. O relógio tem acabamento duplo: escovado na caixa e polido no bisel.

Outro aspeto típico de um microbrand mas que contribui para valorizar o relógio é o facto de se tratar de uma edição limitada a apenas 75 unidades. Pode saber mais sobre a Meia Lua aqui.

Fortis Spacematic White

O último concorrente à categoria de melhor Relógio do Quotidiano é um Fortis, o modelo Spacematic White da coleção Cosmonautis da marca suíça.

Este modelo existe em variantes com diferentes braceletes, incluindo uma em aço, mas penso que o representante em Portugal (a SRI) terá submetido esta em particular, com pulseira em pele, para o poder manter abaixo da requerida fasquia dos mil euros: custa 950€.

A partir de uma caixa com 40mm de diâmetro (raro na Fortis, onde a maioria dos relógios têm 42mm), a marca propõe uma máquina equipada com um movimento automático ETA 2836-2 com dia e data às 3h00 - um dos meus layouts preferidos - o mostrador branco luminescente (afterglow verde) no escuro.

A caixa tem resistência à água de 10 atmosferas e o mostrador é protegido com vidro de safira antirreflexo, como aliás em todos os relógios Fortis.

= = = = =

04 novembro, 2017

Meia Lua Watches


Meia Lua Watches é um novo projeto de crowdfunding com a particularidade de ter origem portuguesa. 

Infelizmente, porque não tenho tido tempo para dedicar aqui ao blog, só agora vi o email que me enviaram, há um mês, dando conta do lançamento desta iniciativa (nota ao pessoal: por vezes é melhor enviarem uma mensagem via Facebook, através da página deste blog, com o mesmo nome...).

A verdade é que não parece que o projeto, lançado via Indiegogo, tenha ganho tração, muito embora este seja um relógio com um desenho interessante e um preço que o é ainda mais – apenas 179€ para os primeiros apoiantes.

A caixa de 42mm (com resistência a 10 ATM e revestimento PVD negro) e o mostrador têm inspiração aeronáutica; a execução parece ser cuidada, incluindo vidro de safira no mostrador e fundo em vidro para observação do movimento. Este é um (não muito habitual) Miyota 8217, automático, com sub-mostrador de 24 horas às 9h00 e uma janela de data que no movimento de referência surge às 3h00 mas que aqui foi rodado para as 4h30 – uma decisão sobretudo estética mas que resulta bem.

O desenho do mostrador é algo invulgar mas, uma vez mais, as decisões tomadas parecem-me interessantes, sobretudo a forma como foi feita a conjugação entre a escala horária de 12 e de 24 horas.

Espero mesmo que o projeto possa ainda chegar a bom porto, ainda que tenha de ser relançado, porque acho sinceramente que a conceção base do relógio está correta, o desenho é original (sem ser “out there”) e o preço pedido é super-competitivo.