Isto porque os testes referem-se à resistência a pressões atmosféricas e equivalem ao comportamento do relógio a uma determinada profundidade. Assim, 3 atmosferas equivale a 30 metros de profundidade; 5 ATM a 50 metros; 10 ATM a 100 metros; e por aí adiante.
Teoricamente, uma resistência de 3 atmosferas (30 metros) devia significar que um relógio podia ser usado sem problema numa piscina. Contudo, na prática, não é assim. Porquê? Porque o simples movimento do braço num meio líquido aumenta a pressão sobre o relógio; um mergulho numa piscina com apenas 2,5 metros de profundidade pode implicar um impacto superior a dezenas de atmosferas. Já anteriormente falei sobre isto, pelo que basta seguir o link para saber mais sobre o assunto.
Mas vem tudo isto a propósito de que, quando procuramos um relógio que possa de facto ser usado sem problemas na piscina ou no mar, o mínimo para que devemos apontar é uma resistência de 20 atmosferas (200 metros). E, na verdade, 200m e 300m são as resistências à água mais comuns que encontramos em relógios de mergulho abaixo dos 1.000 euros.
Existem no entanto relógios que foram concebidos para profundidades maiores. O valor dos 500 metros é algo que garantirá que o relógio poderá ser usado em praticamente qualquer circunstância.
Temos depois casos extremos de engenharia que garantem o funcionamento de um relógio para além do que é, digamos assim, normal. É o caso do Rolex Deepsea, certificado para resistir até… 3.900 metros! Claro que aqui estamos a falar em relógios com um preço superior aos 10.000 euros.
No entanto, também nas marcas mais acessíveis é possível encontrar peças de elevada resistência à água. É o caso do Christopher Ward C11 Titanium Extreme 1000, uma versão melhorada do C11 de mergulho normal (resistente até 500 metros) de que também já aqui se falou.
Como o nome sugere, este novo modelo, com caixa reforçada em titânio, foi concebido para resistir a pressões até 100 atmosferas (1000 metros), o que na prática significa que poderá ser usado em praticamente qualquer situação exceto talvez explorar a Fossa das Marianas.
Tal como o modelo que lhe serve de base, também este possui um desenho muito bonito, graças à utilização de um bisel interior – em vez de exterior – para controlo do tempo de mergulho, o que aligeira o design da caixa. O movimento é uma versão com certificação COSC do Sellita SW 200-1.
Para aguentar as elevadas pressões, a Christopher Ward trabalhou diversos aspetos o relógio, trocando o aço pelo titânio na caixa, de forma a compensar o peso mais elevado pela utilização de um vidro de safira com 4,3mm de espessura. As coroas de rosca foram igualmente objeto de uma nova abordagem, de forma a melhor a sua estanquidade – uma terceira coroa, às 8H00, destina-se a controlar a válvula de hélio, inexistente no C11 original.
O preço de referência é de £1.150. A Christopher Ward irá produzir uma série limitada de 1.000 unidades deste relógio.
Edit 30/11/2020: Este modelo já não se encontra à venda. A atual gama de relógios de mergulho da marca pode ser encontrada aqui.
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